SÃO PAULO, 16 JAN (ANSA) – As autoridades bolivianas, responsáveis pela busca e prisão do italiano Cesare Battisti, afirmaram que a operação não contou com a participação da Polícia Federal do Brasil.   

A informação foi revelada nesta quarta-feira (16) pelo jornal “Folha de São Paulo”, citando três agentes de Santa Cruz de La Sierra. Segundo eles, a polícia da Bolívia trabalhou em cooperação apenas com as autoridades italianas, que compartilharam informações sobre o paradeiro do ex-guerrilheiro do grupo de extrema esquerda Proletários Armados pelo Comunismo (PAC).   

Ainda de acordo com a publicação, os agentes, que falaram sob condição de anonimato para evitarem represálias do governo local, ressaltaram que o Brasil não cooperou em nada na operação. No entanto, a Polícia Federal de Brasília tem confirmado sua colaboração com a prisão. As buscas por Battisti foram iniciadas após a Interpol enviar uma notificação a todos os países no dia 18 de dezembro, com base em informações da Itália, que Battisti possivelmente estaria na Bolívia. Em seguida, os membros da Interpol no país vizinho iniciaram o rastreamento na fronteira com o Brasil, logo depois descobriram que o italiano tinha entrado ilegalmente no país em 16 de novembro.   

Battisti foi condenado na Itália por quatro assassinatos cometidos na década de 1970. Ele foi sentenciado à prisão perpétua, mas fugiu do país e passou anos vivendo na França, no México e no Brasil, onde chegou a receber asilo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, em dezembro passado, sua prisão foi decretada pelo STF e o então presidente Michel Temer assinou sua extradição. Após quase um mês foragido, o italiano foi detido no último sábado (12), em Santa Cruz de La Sierra, e levado à Itália, onde está cumprindo sua sentença no centro de detenção de Oristano, na Sardenha. (ANSA)