Jihadistas do grupo Boko Haram sequestraram 30 pastores no nordeste da Nigéria e exigiram o pagamento de um resgate para libertá-los, informaram pescadores e membros de uma milícia apoiada pelo governo nesta terça-feira (6).

“Os insurgentes do Boko Harem selecionaram os pastores das aldeias e sequestraram 30 homens e mulheres”, declarou à AFP Labo Sani, um pescador que vive próximo das três aldeias atacadas às margens do lago Chade.

“Deixaram uma mensagem pedindo às famílias dos reféns o pagamento de 20 milhões de nairas”, cerca de 213.000 reais, acrescentou.

Essa versão foi confirmada por outro pescador da região e pelo chefe de uma milícia apoiada pelo governo que luta contra os jihadistas na região. O miliciano pediu que sua identidade fosse preservada.

A região do lago Chade é controlada pelo grupo Província do Estado Islâmico na África Ocidental (ISWAP, na sigla em inglês), que cindiu do Boko Haram em 2016 e cobra um imposto aos pescadores e pastores da região, o que lhes proporciona uma receita considerável.

Segundo o chefe da milícia antijihadista, o Boko Haram carece de tais receitas e está em uma busca desesperada por dinheiro, por isso sequestrou os pastores para obter recursos.

“O sequestro foi puramente por dinheiro”, frisou o miliciano, ao acrescentar que pastores das áreas atacadas “começaram a partir por medo de novos sequestros”.

O conflito jihadista na África Ocidental começou em 2009 e já deixou mais de 40.000 mortos e dois milhões de deslocados, segundo a ONU.

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