A Boeing não incluiu “salvaguardas-chave” no sistema antibloqueio do 737 MAX que faziam parte de uma versão anterior, usada em um avião-tanque militar, publicou neste domingo o “Wall Street Journal” (WSJ).
O sistema antibloqueio, conhecido como MCAS, esteve envolvido em dois acidentes, que deixaram 346 mortos. A versão anterior do sistema dependia de múltiplos sensores e tinha “uma capacidade limitada de mover o nariz” do avião, enquanto a versão do MAX recebia informações de apenas um sensor e era “mais difícil para os pilotos cancelar”, segundo o jornal.
O WSJ citou uma fonte familiarizada com o sistema que indicou que a versão anterior foi desenhada para evitar uma falha ou perda de controle do software. “Você não quer que a solução seja pior do que o problema”, comentou.
Um porta-voz da Boeing disse ao jornal que os sistemas não eram “diretamente comparáveis”. Nos dois aviões MAX que caíram, os pilotos lutaram contra o sistema para evitar o acidente.
A gigante americana enfrenta mais de 100 ações em uma corte de Chicago desde a queda de um 737 MAX da Lion Air, em outubro passado, que deixou 189 mortos, e, em março, de outro avião, da Ethiopian Airlines, que matou 157 pessoas na Etiópia. Todos os 737 MAX, avião mais vendido da Boeing, foram impedidos de voar após estes dois acidentes.
A Boeing está trabalhando em mudanças no MAX que farão com que o sistema MCAS seja mais parecido com o usado no avião-tanque, informou o jornal, citando fontes familiarizadas com o assunto.