Formado em 1978 no Rio de Janeiro, o conjunto vocal Boca Livre celebra quatro décadas de estrada com apresentações em São Paulo. Os shows ocorrem nos dias 30 de novembro e 1 de dezembro na casa Tupi or not Tupi, no bairro da Vila Madalena, em São Paulo.

Composto atualmente por Zé Renato, David Tygel, Lourenço Baeta e Maurício Maestro, o grupo ensaia um repertório marcado por canções clássicas, como ‘Quem tem a Viola’, ‘Diana’ e ‘Toada’. Ao mesmo tempo, a banda aproveita a ocasião para apresentar ao público algumas das novidades de seu novo disco, que tem lançamento previsto para fevereiro de 2019.

Após cinco anos afastado do estúdio, o Boca gravou algumas canções incorporadas recentemente ao seu repertório, como ‘Amor de Índio’, de Beto Guedes e Ronaldo Bastos.

Outras, ganharam pela primeira vez os arranjos inconfundíveis do grupo, como ‘Um Violeiro Toca’, de Almir Sater e Renato Teixeira. Ambas serão tocadas nos shows em São Paulo, assim como a faixa que dá título ao novo álbum, ‘Viola de Bem Querer’, que contará ainda com participações de João Coutinho e Pandeiro Repique Duo, além de outros músicos.

“A viola tem esse sentido de comunhão, de juntar todo mundo em roda pra tocar. Ao mesmo tempo, remete à nossa sonoridade, baseada em arranjos vocais sobre instrumentação acústica”, diz Zé Renato, um dos membros fundadores do grupo. “É algo que simboliza o espírito do grupo e que nos leva às nossas origens”.

Em 1979, o Boca Livre fez parte de um momento muito singular da discografia brasileira. Depois de receber várias negativas de gravadoras, o grupo recém-formado tomou a ousada decisão de produzir seu primeiro álbum de forma independente, financiados por familiares e amigos.

“Nós recebíamos os vinis da fábrica e dali em diante éramos responsáveis por tudo – colocar na capa, montar o encarte, vender nos shows. Era um trabalho em que a gente participava mesmo”, relembra Zé Renato.

O rápido e inesperado sucesso do álbum não apenas lançou nacionalmente o grupo, como criou uma referência para toda a geração de músicos independentes na década seguinte.

Passados quase 40 anos, o Boca pretende revelar ao público paulista alguns de seus segredos. Além das duas apresentações, o grupo vai ministrar, na manhã de sábado, dia 1º de dezembro, um workshop vocal.

“Vamos pegar dois ou três arranjos e destrinchá-los para os inscritos, para que compreendam a maneira como trabalhamos”, explica Zé Renato. Ao final, os participantes vão cantar uma das músicas com os membros da banda.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.