O clube argentino Boca Juniors declarou nesta quarta-feira (21) ter sido “prejudicado de forma desleal” pela anulação de dois gols nos jogos de ida e volta pelas oitavas de final da Copa Libertadores contra o Atlético Mineiro, que o eliminou na cobrança de pênaltis (3-1) após dois empates sem gols.

“Hoje nossos sócios, torcedores, jogadores e corpo técnico foram prejudicados de forma desleal, interpretando de forma maliciosa e intencional o VAR”, diz um comunicado do clube, assinado por seu presidente, Jorge Ameal.

A nota diz que o Boca “sofreu nesta série da Copa Libertadores frente ao Atlético Mineiro duas falhas inexplicáveis anulando gols lícitos que destruíram o espírito esportivo do torneio mais prestigioso do continente”.

Segundo Ameal, o ocorrido nos jogos de ida, disputado na Bombonera na semana passada, e de volta, na noite de terça no Mineirão, “marca um fato sem precedentes por ser o único caso em que vencendo as duas partidas da série um clube é eliminado da competição”.

A nota sustenta que estas circunstâncias “deixam em manifesto a condução tendenciosa do nosso futebol continental”, aparentemente em alusão à Conmebol.

Ameal apontou, ainda, contra a dirigência do Atlético Mineiro, ao afirmar que “incendiou com expressões violentas e ameaçadoras durante vários dias até chegar aos fatos lamentáveis” posteriores ao jogo no qual o Boca foi eliminado nos pênaltis.

Segundo o clube argentino, nestes incidentes “nossos jogadores, corpo técnico e dirigentes foram prejudicados fisicamente, tendo que se demorar por mais de 12 horas em situações lamentáveis com a finalidade de não romper a bolha sanitária”.

Os graves incidentes ocorreram após o fim da partida que o Atlético Mineiro venceu na disputa de pênaltis por 3-1 depois do 0-0 nos 90 minutos, o mesmo resultado do jogo de ida em Buenos Aires.

Na semana passada, a Conmebol tinha admitido erro de arbitragem na anulação de uma jogada que terminou com gol no jogo de ida na Bombonera, ao suspender por tempo indeterminado o árbitro principal do jogo, Andrés Rojas, e o árbitro do VAR, Derlis López, ambos colombianos.

O clube brasileiro culpou os jogadores do Boca por provocar os incidentes ao final da partida e de quebrar e atirar tudo o que encontraram em sua passagem no túnel de vestiários do time local. Os seguranças responderam e houve briga generalizada.

A Polícia Militar de Minas Gerais interveio para encerrar a briga usando spray e gás lacrimogêneo e alguns jogadores do Boca tiveram que sair das arquibancadas para respirar.

Os jogadores do Boca deixaram nesta quarta uma delegacia de Belo Horizonte, onde permaneceram por 12 horas.

Vários integrantes da equipe depuseram perante as autoridades policiais e pagaram fiança de 9.000 reais antes de partir em um voo fretado para Buenos Aires.

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