MOSCOU, 9 AGO (ANSA) – Uma pesquisa de boca de urna apontou que o presidente de Belarus, Aleksandr Lukashenko, considerado por muitos como o “último ditador da Europa”, teve 79,7% dos votos nas eleições deste domingo (9).   

No poder desde julho de 1994, Lukashenko tenta garantir seu sexto mandato consecutivo, em um pleito marcado pelas prisões de opositores e pelas proibições de candidaturas de potenciais rivais do presidente.   

A boca de urna foi divulgada pela emissora MIR e confirmaria uma vitória folgada do mandatário, apesar dos protestos que reuniram milhares de pessoas no país nas últimas semanas.   

Ao todo, cinco candidatos disputam a Presidência, com destaque para Svetlana Tikhanovskaya, esposa de Sergey Tikhanovsky, encarcerado e impedido de concorrer nas eleições. Nos últimos meses, Belarus foi palco de diversos protestos contra Lukashenko, e, assim como Tikhanovsky, muitos opositores foram presos ou proibidos de disputar o pleito.   

As urnas foram abertas na terça-feira (4), mas Tikhanovskaya pediu para seus apoiadores votarem apenas neste domingo, para tentar limitar fraudes e manipulações. A popularidade do autocrata despencou por causa da crise econômica e de sua postura negacionista na pandemia do novo coronavírus.   

Ainda assim, no comando da máquina pública há 26 anos, Lukashenko sempre foi o favorito para a vitória, embora possa sair das urnas enfraquecido politicamente. Por razões de segurança, Tikhanovskaya não passou a última noite em seu apartamento, já que diversos membros de seu comitê foram detidos nos últimos dias.   

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O próprio Lukashenko admitiu que a comunidade internacional não deve reconhecer a validade das eleições. “Não esperem que se inclinem e nos digam: ‘Você está indo muito bem, Belarus’. Não queremos que falem mal de nós, mas olharemos apenas para os interesses do povo bielorrusso”, disse o presidente, após depositar seu voto em um colégio eleitoral em Minsk. (ANSA).   


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