O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está revendo toda sua política operacional, mas, no caso dos projetos para a indústria, as novas condições de crédito serão divulgadas aos poucos, nos próximos três a quatro meses, afirmou nesta terça-feira, 2, a diretora Industrial do BNDES, Cláudia Prates.

A executiva não adiantou números sobre as novas condições de crédito. Limitou-se a relatar que não faltará apoio para os projetos industriais e frisou que pequenas e médias empresas, assim como os projetos focados em inovação tecnológica, continuarão como prioridade.

“Inovação e pequenas e médias empresas terão sempre a melhor condição possível. A política operacional está sendo revista, mas elas serão prioridades”, disse Cláudia, em entrevista coletiva para comentar o lançamento de editais em parceria com a Finep, agência de fomento à inovação.

Semana passada, ao anunciar as condições de crédito para o financiamento ao leilão

de linhas de transmissão previsto para setembro, o BNDES deu uma mostra do que será a nova política operacional, com menos crédito subsidiado e maior participação de fontes privadas.

Para os projetos de linhas de transmissão, o limite do crédito subsidiado será de 50% do valor dos investimentos e não haverá ampliação desse teto para clientes que emitirem títulos de dívida, como no modelo desenhado pela equipe do ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy, no início de 2015.

Segundo a diretora do BNDES, essas condições saíram na frente por causa da data do leilão. Cláudia evitou dizer se o teto de 50% será uma referência ou se a ampliação do crédito subsidiado no caso das emissões de títulos será mantida. A executiva ressaltou, apenas, que, na política atual, as condições do crédito para a indústria já são menos vantajosas do que no caso da infraestrutura.

“O objetivo maior do banco é buscar parceiros nos investimentos de longo prazo”, disse Cláudia. Segundo a executiva, a questão do incentivo, por meio de crédito subsidiado, à emissão de títulos está em discussão, sem definição. Quando perguntada sobre sua posição sobre esse mecanismo, ela respondeu: “Não sou a favor nem contra, muito pelo contrário”. Em seguida, a diretora afirmou que “incentivar o mercado de capitais é papel do banco”.