Um possível acordo pode ser definido pelo BNDES (Banco de Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para o plano de recuperação judicial das empresas de comunicação da família Collor de Mello em Alagos. A proposta está sendo costurada com a OAM (Organização Arnon de Mello). Ao todo, a dívida gira em torno de R$ 64 milhões, montante no qual o banco público é o maior credor. As informações são do colunista Carlos Madeiro, do UOL.

Na última segunda-feira (4), a empresa devedora incluiu um aditivo no plano depois de uma negociação de três meses. Dessa forma, a OAM prevê um perdão de 70% do débito original com o BNDES. O banco tem a receber da organização cerca de R$ 14,4 milhões, valor de 2019.

Caso o banco público dê o sinal verde para a proposta, a empresa ainda poderá começar a quitar o débito somente após um ano do acordo fechado e por um período de 126 meses.

Procurado pela reportagem do UOL, o BNDES informou que não comenta negociações em andamento. Já a OAM não comentou até a última atualização deste texto. Ele será atualizado se houver uma resposta. Principal acionista do grupo, o senador Fernando Collor de Mello disse que não vai falar sobre a recuperação judicial.

Acordo com outros credores depende do BNDES

De acordo com o exposto pelo administrador judicial da recuperação judicial José Luiz Lindoso, o BNDES é considerado essencial para que a negociação com outros credores aconteça, o voto do banco público é considerado o mais importante da assembleia.

Pra que o plano da OAM seja aprovado, o BNDES deve sinalizar positivamente para a proposta.

Confira os débitos que vão à assembleia:

Trabalhistas (ex-funcionários):

291 credores

R$ 36.150.866,36 devidos;
Quirografários (formado por aqueles que têm de provar o direito a crédito):

189 credores
R$ 26.740.998,36 devidos;
Microempresas e empresas de pequeno porte:

79 credores
R$ 1.630.428,06 devidos;

Mas onde entre o ex-presidente Collor?

Apesar do senador do PTB dizer que não fala sobre o caso, ele é o maior interessado no acordo. Pré-candidato ao governo de Alagoas, Collor é o principal acionista do grupo empresarial.

O débito das empresas vai além do exposto na recuperação judicial. O grupo deve ao Fisco Federal cerca de R$ 363 milhões.

Na política, Collor já disse que pretende apoiar Jair Bolsonaro (PL) para uma possível reeleição presidencial e deve usar o apoio para poder se tornar o governador do estado.