O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta terça-feira, 29, que vai fomentar emissões de fundos de crédito em infraestrutura e de fundos de crédito para pequenas e médias empresas. Serão alocados R$ 6 bilhões em investimentos em cotas desses fundos.

O maior orçamento inicial, de R$ 5 bilhões, será voltado aos fundos de infraestrutura, onde o objetivo do banco de fomento é ampliar o leque de alternativas disponíveis no mercado de capitais para o financiamento de projetos, assim como atrair investidores ao mercado de títulos de longo prazo relacionados a infraestrutura.

Em fundos de recebíveis de infraestrutura, um dos tipos de fundos apoiados, o BNDES, via BNDESPar, poderá participar de 10% a 30% do capital total. Já nos fundos de crédito corporativo, onde a intenção é aumentar a presença da BNDESPar na desintermediação financeira e aumentar a oferta de recursos a pequenas e médias empresas (com faturamento de até R$ 300 milhões), o orçamento será de R$ 1 bilhão. Nesse caso, a BNDESPar, braço de participações do banco, poderá ter até metade das cotas dos fundos.

Ao lançar os novos produtos, o presidente do BNDES, Dyogo Oliveira, ressaltou que, ao oferecer garantias firmes nas emissões, a estratégia do banco é fomentar, e não concorrer com o mercado de fundos. “O objetivo é aplicar 100% dos recursos até o fim do ano”, declarou o executivo.

Anbima

O presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), Carlos Ambrósio, afirmou que o impulso do BNDES será possível quadruplicar o mercado de fundos de infraestrutura no Brasil. Atualmente, conforme ele, existem mapeados 75 fundos voltados ao segmento de infraestrutura que, somados, alcançam R$ 4,1 bilhões.

“Teremos um novo impulso com o BNDES. A tendência, cada vez mais forte, para as debêntures de infraestrutura deve se intensificar. Toda vez que o BNDES participa nesse tipo de iniciativa, investidores se sentem mais confortáveis”, afirmou Ambrósio, em coletiva de imprensa, nesta tarde de terça-feira, 29, durante o Fórum de Investimentos do Brasil 2018.

O presidente da Anbima considera a chancela do BNDES aos fundos de infraestrutura vão servir como um mitigador ou como sinal para a operação de que a emissão foi bem detalhada pelo banco.