A privatização dos Correios deve ser feita logo, “de forma rápida”, afirmou nesta segunda-feira, 20, Fábio Abrahão, diretor de Concessões e Privatizações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), instituição que coordena o processo de venda da estatal. Segundo o executivo, com a mudança tecnológica que torna os serviços postais cada vez menos usado, e o avanço dos gigantes do comércio eletrônico na prestação de serviços de entrega, a estatal “vem perdendo participação de mercado em velocidade não desprezível”.

Quanto mais a estatal sofre concorrência, mais os gigantes do comércio eletrônico ganham “capilaridade” no território nacional, diminuindo aquela que é, para Abrahão, a principal vantagem competitiva dos Correios. “Daqui a cinco anos, certamente o valor dos Correios será menor”, afirmou o diretor do BNDES, em seminário virtual promovido pela Associação Brasileira de Lojistas de E-commerce (ABLEC) e transmitido pela internet.

Mais cedo, o executivo afirmou que, pelo cronograma do banco, a ideia é publicar o edital de privatização em abril de 2022. Para isso, será preciso alterar a legislação, quebrando o monopólio dos Correios e criando a regulação para a concessão do serviço postal universal.

O projeto de lei que abre caminho para a privatização dos Correios foi aprovado na Câmara dos Deputados e será agora apreciado pelo Senado Federal. O senador Márcio Bittar (MDB-AC) foi escolhido relator do PL na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e deverá apresentar nesta terça-feira, 21, uma proposta de trabalho para a tramitação da matéria.