A BM&FBovespa acaba de adquirir uma fatia minoritária na segunda bolsa latino-americana. Depois da chilena, a Bolsa brasileira anunciou a aquisição de 4,1% da bolsa do México, dentro de seu projeto de internacionalização pela América Latina. O valor da aquisição foi de cerca de R$ 136 milhões. Por aqui, a Bolsa brasileira está prestes a anunciar também fusão com a Cetip, conforme fontes. “A BM&FBovespa informa, ainda, que continuará a avaliar oportunidades de expansão em atividades adjacentes ao seu negócio”, destaca a companhia em comunicado ao mercado enviado na noite de ontem. O diretor-presidente da Bolsa, Edemir Pinto, havia declarado em fevereiro que a Bolsa deveria anunciar em “pouco tempo” alguma nova aquisição minoritária em bolsas da região, dentro do projeto de internacionalização da companhia. No Chile a Bolsa possui uma participação de 8% do capital, mas tem ainda a meta de chegar em 10%. A intenção da companhia é ter a fatia em cinco bolsas da América Latina até o limite permitido pela regulação local, que varia entre 5% e 15%. Além do Chile e México, faz parte dos planos a aquisição de fatias das bolsas de Peru, Colômbia e Argentina. Entre as cinco, a Bolsa do México é a que possui o maior volume. Apesar das demais terem volumes baixos, a BM&FBovespa pretende, com essa aproximação, oferecer às bolsas dois produtos que podem ter peso no momento das negociações: a clearing integrada com o novo sistema de risco e a plataforma de negociação eletrônica Puma. A BM&FBovespa tomou a decisão em seguir com seu projeto de internacionalização na América Latina em junho de 2014, momento em que dois bancos de investimento foram contratados. A escolha para iniciar a internacionalização via América Latina teve um “conceito institucional”, destacou o presidente da companhia em coletiva ano passado. O objetivo da Bolsa brasileira é ser um centro de liquidez da região, atraindo, assim, fundos de pensão da região que operam hoje apenas em Nova York ou Londres, e também de empresas, que acabam acessando outros mercados que não o da América Latina. “Isso não é algo para ganhar dinheiro no curto prazo, a característica é mais institucional, olhando para 10, 15, 20 anos a frente”, explicou o executivo, ainda no ano passado.