Partidos da esquerda à direita articulam a formação de um possível bloco para reeleger Rodrigo Maia (Crédito:ERNESTO RODRIGUES/ESTADÃO CONTEÚDO)

Está em articulação na Câmara a formação de um bloco unindo uma série de partidos, da esquerda à direita, apenas para a disputa da Presidência da Câmara. A ideia em construção é unir o que está sendo chamado de “Blocão” com o propósito de evitar que uma profusão de candidatos avulsos acabe levando ao risco de eleição de um novo Severino Cavalcanti. O “Blocão” se uniria, elegeria o presidente, e, em seguida, seria desfeito. Quem discute essa ideia tem isolado da formação as duas maiores bancadas eleitas, o PT e o PSL. O que se busca é a escolha de um nome confiável que, além de evitar aventuras, também impeça que a vitória recaia em alguém já totalmente alinhado, seja com o governo, seja com a oposição. O mais provável aí é a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Interesses

De acordo com um articulador do “Blocão”, Rodrigo Maia teria conseguido conciliar interesses dos partidos durante sua presidência, tendo a habilidade de abrigar as posições de um lado e de outro. Assim, sua reeleição interessaria àqueles que querem ter uma relação independente com o novo governo.

Rápido

Segundo a fonte, o bloco se formaria, votaria unido a formação da nova Mesa Diretora e se desfaria depois. Aí, ficaria somente o bloco de oposição que PDT e PSB articulam com alguns outros partidos. Em 2005, Severino Cavalcanti elegeu-se aproveitando-se da divisão no PT, que lançou dois nomes na disputa.

O preferido

Jefferson Rudy

O PSL tenta atrair senadores de outros partidos para a sua bancada. A legenda do presidente eleito Jair Bolsonaro elegeu quatro senadores. O nome com o qual o PSL mais sonha é o senador José Antonio Reguffe, do DF. Reguffe está sem partido desde que deixou o PDT no início do ano. A senadora eleita pelo Mato Grosso do Sul, Soraya Thronicke, já o sondou algumas vezes, mas Reguffe ainda não se decidiu.

Rápidas

* O Senado começou a testar esta semana visita guiada para deficientes visuais em parceria com o projeto Cão-Guia do Distrito Federal. A iniciativa faz parte do projeto Senado Acessível, que torna o prédio mais amigável aos portadores de deficiências.

* Seguranças e funcionários das portarias foram orientados sobre como lidar com a presença dos cachorros dentro do prédio. A partir do ano que vem, tais visitas estarão incorporadas ao roteiro turístico.

* O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) lançou esta semana o Plano de Compras Nacional. O volume detalha todas as licitações que o Fundo pretende fazer no ano que vem, para reduzir preços.

* A ideia é permitir que os Estados e municípios confiram os produtos e serviços que serão licittados pelo FNDE até o final do primeiro semestre de 2019 e se programem antecipadamente para evitar atropelos.

Retrato falado

“O poder popular não precisa mais de intermediação”

Fernando Frazão/Agência Brasil

Em seu discurso na cerimônia de diplomação na segunda-feira 10, o presidente eleito Jair Bolsonaro exaltou a possibilidade de comunicação direta com os cidadãos nas redes sociais. Para políticos presentes à solenidade, Bolsonaro não apenas deixou claro que vai continuar se valendo desse instrumento no governo. Ele mostrou que utilizará as redes para pressionar o Congresso. E pode mesmo fazer referendos e plebiscitos aprofundando a democracia direta.

Toma lá dá cá

DEPUTADO BALEIA ROSSI (MDB-SP) 

©Divulgação

Como será a relação do MDB, partido que o senhor lidera, com o novo governo de Jair Bolsonaro?

Nós fizemos duas reuniões com o novo governo. Uma com o Onyx (Lorenzoni — futuro chefe da Casa Civil), que foi visitar a nossa bancada, e depois com o presidente. Os dois são parlamentares e sabem como é o funcionamento da Casa.

Osmar Terra, do MDB e ministro, facilita?

O fato da Frente Parlamentar da Promoção Social ter indicado o Osmar Terra, que é parlamentar, que é o meu primeiro vice-líder da bancada, também é um facilitador no diálogo

Estamos falando de adesão?

O partido, institucionalmente, já declarou independência. Vamos trabalhar no sentido de apoiar o que for importante para o país.

Desconvite

Gerou um princípio de crise a reunião marcada pelo presidente eleito Jair Bolsonaro com o PSB, um partido que já declarou que fará oposição a ele. A reunião aconteceria na tarde de quarta-feira 12. Foi desmarcada porque nem o líder do partido na Câmara, Tadeu Alencar, nem o presidente, Carlos Siqueira, tinham conhecimento dela. O futuro ministro da Casa Civil, deputado Onyx Lorenzoni, acertou tudo com o deputado Júlio Delgado (PSB-MG). Como ele não comunicou nada nem
a Alencar nem a Siqueira, a reunião foi desmarcada na terça-feira 11. O atropelo de Júlio Delgado gerou uma certa irritação interna no partido. O PSB continua oposição.

Ano que vem

“Não faremos um modelo de oposição radical. Assim, poderemos conversar sem problemas com o novo governo. Mas agora nada estava marcado formalmente”, explicou Tadeu Alencar. “Nós teremos 18 novos deputados que sequer foram consultados”, completou. Assim, reunião, se houver, só no ano que vem.

Paz e amor

Ao final da cerimônia de diplomação do presidente eleito Jair Bolsonaro, o senador eleito Major Olímpio (PSL-SP) dizia que há intenção do governo de procurar todos os partidos no Congresso antes do início da nova legislatura. Inclusive o PT. “Se engana quem acha que nossa intenção é manter o clima de beligerância”, disse Olímpio à ISTOÉ.

Respeito

Leonardo Benassatto/Futura Press

Olímpio disse que, na sua experiência como deputado, sempre ficou impressionando com a capacidade de pequenos partidos, como o Psol, fazerem oposição. “A gente não concorda, mas tem que respeitar. Num instante, eles chegam ali com aquele kit obstrução. Muito conhecimento das possibilidades que lhe dão o regimento”.

Bom Brasil

EVARISTO SA / AFP

Já tem nome um dos programas que Michelle Bolsonaro pretende implementar no governo para atender aos deficientes físicos. Vai se chamar Bom Brasil. Vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Social, a ideia é que ele estimule experiências exitosas de inclusão social e acessibilidade dos deficientes.