O secretário de Estado americano, Antony Blinken, declarou-se “profundamente preocupado”, nesta segunda-feira (13), com a decisão de Israel de legalizar nove assentamentos na Cisjordânia ocupada e um plano para construir novas residências nas colônias existentes.

“Estamos profundamente preocupados com a decisão tomada ontem [domingo] por Israel de avançar na construção de até 10.000 residências e de iniciar o processo de legalização de nove assentamentos na Cisjordânia que, antes, eram considerados ilegais, segundo a legislação israelense”, afirmou o titular da diplomacia norte-americana em comunicado.

“Assim como os governos anteriores, democratas e republicanos, nós nos opomos firmemente a esse tipo de medida unilateral, que exacerba as tensões e solapa os esforços para negociar uma solução de dois Estados”, acrescentou Blinken.

As medidas anunciadas neste domingo pelo gabinete de segurança israelense acontecem depois de uma visita recente de Blinken àquela região, na qual ele advertiu que a expansão dos assentamentos deixaria ainda mais tensas as relações com os palestinos.

“Qualquer coisa que nos distancie da visão de dois Estados para dois povos é prejudicial para a segurança de Israel a longo prazo”, afirmou o secretário de Estado americano.

O gabinete de segurança israelense tomou a decisão de legalizar os assentamentos como represália a uma série de atentados palestinos em Jerusalém Oriental.

Os nove assentamentos eram ilegais, segundo a legislação israelense, pois foram estabelecidos sem a aprovação do governo, embora a ONU considere ilegal qualquer assentamento judaico na Cisjordânia, com base no direito internacional.

Desde a guerra árabe-israelense de junho de 1967, Israel ocupa partes da Cisjordânia. Atualmente, 475 mil israelenses vivem nesses assentamentos na Cisjordânia (excluindo Jerusalém Oriental), onde vivem 2,8 milhões de palestinos.

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