O nome do rapper americano Kanye West está frequentemente envolvido em polêmicas. O diagnóstico de Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) do artista, revelado por ele em 2018, pode explicar um pouco tais exposições.
Ariel Lipman, médico psiquiatra e diretor da SIG – Residência Terapêutica, explica que o TAB, popularmente conhecido como bipolaridade, é uma doença psiquiátrica, de caráter crônico e incurável. A condição consiste na apresentação de duas fases distintas: depressiva e “maníaca” (fase eufórica da doença), o que pode afetar as relações.
“O Transtorno Bipolar consiste na oscilação entre essas duas fases, podendo também ter uma fase de normalidade. Então é uma doença com alto grau de comprometimento quando não tratada, porque a fase eufórica e a fase depressiva são extremamente disfuncionais na vida do paciente”, detalha o médico.
Especialistas não têm explicação sobre a causa da doença. Contudo, acredita-se na relação de fatores ambientais e genéticos. O transtorno costuma afetar jovens adultos; segundo Ariel, a incidência da primeira crise é de 15 a 35 anos.
Diagnóstico e tratamento de bipolaridade
O diagnóstico do TAB é clínico, feito por profissionais da psiquiatria, e pode demorar algumas sessões para ser concluído. “Não temos nenhum exame que nos mostre o caminho para o diagnóstico. Às vezes alguns exames podem ser pedidos, mais para excluir outras causas do que para fazer o diagnóstico do transtorno bipolar”, esclarece Ariel.
O TAB não impede a aparição de outras doenças psiquiátricas. A condição, inclusive, pode causar questões psicodinâmicas sobre como lidar com ela.
Embora não tenha cura, o tratamento para transtorno bipolar pode ter bons resultados, como controle total ou parcial, espaçamento de crise ou crises breves e de menor intensidade. Para isso, o acompanhamento individual com um psiquiatra é essencial.
“Além da medicação indicada, a psicoterapia também pode ajudar, entre outras práticas que sempre são saudáveis para a saúde mental, como atividade física e psicoeducação. É um tratamento que muitas vezes é multidisciplinar, mas raramente não precisa lançar mão de medicação”, completa o diretor da SIG – Residência Terapêutica.