FRANKFURT AM MAIN, 1 JAN (ANSA) – O laboratório alemão BioNTech, que desenvolve a vacina contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2) em parceria com a farmacêutica Pfizer, alertou nesta sexta-feira (1º) que, se outros imunizantes não forem aprovados imediatamente na Europa, a empresa sozinha não será capaz de atender às necessidades.   

“A situação não é boa. Criou-se uma lacuna porque nenhuma outra vacina foi aprovada e temos que preencher esse buraco com nossa própria vacina”, disse o CEO da BioNTech, Ugur Sahin, à revista semanal alemã Spiegel.   

Segundo o executivo, o laboratório está trabalhando intensamente com a Pfizer para aumentar a produção de sua vacina anti-Covid, mas é preciso ter atenção sobre uma possível ruptura de estoque até a autorização do uso de outros medicamentos.   

A União Europeia (UE) iniciou sua campanha de vacinação em 27 de dezembro após a vacina da Pfizer/BioNTech ser a única aprovada para o uso pelas agências reguladoras. Poucos dias depois, porém, foram registrados atrasos nas entregas das doses, inclusive na Itália.   

Na Alemanha, por sua vez, os atrasos causaram consternação e algumas das regiões tiveram que suspender a vacinação. O ministro da saúde alemão, Jens Spahn, chegou a pedir à Agência Europeia de Medicamentos (EMA) que aprove rapidamente a vacina produzida pela Universidade de Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca, que foi autorizada nesta semana pelo Reino Unido. Mas o momento para a aprovação permanece incerto.   

Hoje, a BioNTech anunciou que pretende colocar em funcionamento uma nova unidade de produção do imunizante na cidade alemã de Marburg em fevereiro, “muito antes do previsto”, para produzir mais 250 milhões de doses no primeiro semestre de 2021.   

Até o momento, o laboratório firmou acordos com cinco empresas farmacêuticas da Europa para aumentar a produção e há negociações em andamento com outras companhias especializadas.   

“Até o final de janeiro devemos ter clareza sobre o que e quanto ainda podemos produzir”, explicou Sahin.   

A BioNTech e a Pfizer planejaram inicialmente entregar 1,3 bilhão de doses em todo o mundo neste ano, o suficiente para imunizar 650 milhões de pessoas, já que são necessárias duas doses. (ANSA)