Quem mais gravou músicas de Arlindo Cruz? Qual o parceiro mais frequente de Arlindo Cruz em músicas gravadas? Que cantor mais participou dos álbuns e dos DVDs de Arlindo Cruz? Quantas músicas de Arlindo Cruz foram gravadas pelo Fundo de Quintal? Essas são algumas das curiosidades relacionadas no livro “O Sambista Perfeito”, biografia do cantor e compositor Arlindo Cruz, escrita pelo jornalista Marcos Salles, que está saindo pela Editora Malê.
O pré-lançamento foi na Bienal no Livro, com tarde de autógrafos concorrida no estande da editora. O lançamento oficial acontece nesta segunda-feira, 7 de julho, a partir das 19h, na Livraria da Travessa da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
O livro conta muito mais do que apenas curiosidades. Fala da história de amor entre Arlindo e Babi – Bárbara Cruz – e até detalhes da intimidade deles. E também fala de superação. “Se formos falar de superação, Arlindo Cruz é um negro e gordo, que foi pobre e venceu.
Compositor com mais de 700 músicas gravadas, cantor que viajou o mundo, e músico que fez cerca de 3.000 gravações tocando seu banjo”, exalta Salles, que foi intimado pela própria Babi a escrever a biografia no início de 2021.
“Já queria fazer o livro do Arlindo, mas tinha ouvido dizer que alguém estava fazendo. Fiquei, então, na minha. Até que a Babi me intimou a fazer. Não foi um convite. Ela disse que só eu poderia fazer o livro dele. Já que era só eu, aceitei”, revela Salles.
O livro começa pelos dias que antecederam o AVC sofrido por Arlindo no dia 17 de março de 2017, quando foi internado. Marcos Salles inicia a biografia contando o que Arlindo faria, mas acabou não fazendo por causa do AVC.
Em seguida, o livro volta no tempo, até a infância de Arlindo, e fala da família, do pai que tocou com Candeia e foi preso, dos esquadrões da morte, do tempo em que Arlindo estudou na Escola Preparatória de Cadetes do Ar (Epcar), em Barbacena, do início no Fundo de Quintal, da carreira solo, passando pelo programa Esquenta, da TV Globo, e da relação dele com os cantores e compositores Marcelo D2 e Rogê, que o aproximaram dos jovens. É de Rogê, aliás, a apresentação do livro.
“Falar de Arlindo Cruz é falar não só do samba, é da responsabilidade de escrever sobre a raiz da cultura carioca e brasileira. Pois Arlindo não é só um sambista, ele é o samba em toda sua amplitude: na religião, na comida, no dia a dia, na maneira de ver e conduzir a vida. Poucas vezes vi um artista tão coerente em seu discurso, tão verdadeiro com sua arte, e nunca vi ninguém tão generoso”, escreveu Rogê.
A obra conta com muitas histórias e também muitos depoimentos sobre Arlindo Cruz. O autor falou com 120 pessoas, como Maria Bethânia, Zeca Pagodinho, Maria Rita, Regina Casé, a esposa Babi, filhos e familiares.