Biógrafa diz acreditar que Armani projetou futuro de grupo

ROMA, 5 SET (ANSA) – A jornalista italiana Renata Molho, biógrafa do estilista Giorgio Armani, revelou nesta sexta-feira (5) que o ícone da moda mundial projetou o futuro de sua marca antes de sua morte, aos 91 anos.   

Com décadas de experiência no mundo da moda, incluindo 20 anos de trabalho no jornal “Il Sole 24 Ore”, Molho é autora do livro “Essere Armani”, a primeira e única biografia do estilista.   

Traduzido mundialmente como “Being Armani: A Biography”, a obra foi escrita pela primeira vez em 2006, atualizada em 2010 e republicada em 2019.   

“Giorgio Armani inicialmente relutou em me deixar escrever sua biografia, mas depois foi muito generoso: abriu seus arquivos para mim, me deu os números de telefone de seus colaboradores e sua irmã Rosanna Armani me ajudou muito com a escrita”, relatou ela à ANSA.   

Na conversa, Molho destacou que, ao longo dos anos, sempre teve “a oportunidade de conversar” com o “Rei Giorgio” e, com isso, “uma relação de confiança silenciosa se desenvolveu” entre eles.   

Questionada sobre o futuro do grupo, a jornalista italiana disse que acha que “ele organizou as coisas para permanecer independente” e “sempre teve uma equipe que o respeita e admira imensamente”.   

“Ao contrário de todos os outros designers, Armani manteve seu grupo independente. Isso fazia parte do seu talento, além de ser um grande designer, ele provou ser um grande empreendedor, mantendo a produção sob controle e, portanto, também o lado criativo, algo que quase todas as outras marcas não conseguiram fazer: foram vendidas para fundos e grandes grupos, com algumas exceções, incluindo a Prada”, explicou Molho, que admite ter dificuldade em se referir a Armani no passado.   

Segundo ela, os principais nomes para assumir o império são o estilista e parceiro do italiano Leo Dell’Orco, que era seu braço direito, suas duas sobrinhas, Silvana e Roberta, sua irmã Rosanna e seu sobrinho Andrea Camerana. “Ele organizou o grupo para continuar sendo o que é. Não consigo imaginar de outra forma”, concluiu. (ANSA).