Ricardo Winicki, o Bimba, recebeu nesta terça-feira a prancha e a vela sorteadas com as quais disputará sua quinta Olimpíada. O equipamento foi peça-chave para o mau desempenho do atleta em Londres, quando terminou as provas da classe RS:X (windsurfe) na nona posição, a pior de todas as suas participações nos Jogos Olímpicos.

Os atletas puderam acompanhar o sorteio, ao contrário de Londres. Agora eles também podem levar as próprias quilhas. “Em Londres, recebi a quilha e a informação de que não poderia haver troca. Não consegui fazer nenhuma regata entre os dez primeiros. Comecei a ver que de uma forma muito confusa tinha atleta trocando equipamento. Alguns eram favorecidos,outros não”, contou.

Bimba só conseguiu trocar a quilha depois de ficar em 24º lugar na sexta regata, a metade das que iria disputar. “Falei com meu técnico: ‘ou trocamos de quilha ou vamos para casa’. O juiz disse que eu poderia trocar o que quisesse, por eu ser campeão do mundo. Aí eu vi que estava uma bagunça danada. Fiquei frustrado por não ter pedido antes”.

Poder levar a própria quilha não é garantia de sucesso. Cada uma custa cerca de R$ 1 mil. Bimba comprou cinco. “O holandês (Dorian van Rijsselberge, medalhista de ouro em Londres) comprou 35. Pelo menos, estou indo com uma quilha que eu confio. Espero receber prancha competitiva, assim como a vela”, afirmou, que pretendia treinar com o equipamento ainda nesta terça-feira.

Bimba diz que o fato de conhecer a Baía de Guanabara desde os 11 anos, idade em que começou a velejar, não lhe dá o favoritismo. “Em Atenas cheguei tranquilo para fazer uma boa Olimpíada, quase ganhei. Em Pequim não me achava favorito porque era Olimpíada de vento fraco e acabei melhor do que eu imaginava, em quinto lugar, brigando por medalha. Em Londres talvez tenha sido a que eu estava mais confiante e estava com material não tão competitivo e acabei em nono lugar. Mas me senti bem preparado. Mas não tem ninguém aqui achando que já ganhou. Nem o holandês, que ganhou a última Olimpíada fácil sem precisar correr as últimas corridas. Essa é a graça do esporte”, afirmou o atleta, que espera participar ainda de mais uma Olimpíada.