A lendária tenista americana Billie Jean-King criticou a programação de Roland Garros neste sábado, dizendo que as mulheres são tratadas como “cidadãos de segunda classe”.

A organização de Roland Garros foi criticada por ter agendado jogos masculinos para esta edição em 9 das 10 sessões noturnas, que costumam ser dedicadas ao jogo mais importante do dia.

A diretora do torneio, Amélie Mauresmo, chegou a dizer que as partidas masculinas são mais atraentes, e mais tarde teve que se retratar.

“Você tem que colocar as mulheres no ‘horário nobre’ e você tem que descobrir isso e dar oportunidades iguais para ambos os sexos”, disse King, uma das fundadoras da WTA e ferrenha defensora dos direitos das mulheres.

“Deveria haver o mesmo número de partidas femininas e masculinas. Muito fácil. Agora as mulheres estão jogando a melhor de três sets, acho que os homens deveriam mudar isso”, acrescentou.

“Se continuarmos a tratar uns aos outros como cidadãos de segunda classe, seguiremos sendo cidadãos de segunda classe. Você quer que todos se sintam importantes. Deveríamos ter mais jogos, mas acho que Amélie cuidará disso no ano que vem. Pelo que conheço dela, ela é uma vencedora”, continuou.

King tomou a palavra 50 anos depois de vencer Roland Garros fechando sua lista de títulos de Grand Slams, dizendo que a chave para uma melhor programação era que os homens também jogassem suas partidas em melhor de três sets e não em melhor de cinco nos torneios principais.

“Tenho dito isso desde sempre, só devemos jogar melhor de três. Quero que eles continuem a jogar à medida que os jogadores envelhecem”, disse a americana.

“O Nadal é um exemplo. Você quer que ele pare? Eu não quero que ele pare nunca. Eles trazem muitos fãs para o nosso esporte. Eu quero tornar possível que eles possam vencer. Eu acho que com jogos para de melhor de cinco sets você pode perder por exaustão. Se envelhece, é mais difícil. Prefiro qualidade à quantidade”, concluiu.

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