13/04/2021 - 16:36
De Simone Biles a Rafael Nadal e de Armand Duplantis a Katie Ledecky, confira como estão os atletas apontados como as estrelas dos Jogos de Tóquio, a 100 dias da abertura oficial do maior evento esportivo do mundo?
A ginasta americana Simone Biles é considerada o principal nome dos Jogos de Tóquio. Sua história pessoal e seu desempenho público após a revelação do ‘caso Nassar’ (atos de violência sexual dentro da equipe americana, dos quais ela também foi vítima) deram a ela uma projeção que transcende os limites de seu esporte.
Até o início dos Jogos Olímpicos, a quatro vezes medalhista de ouro no Rio-2016 pretende participar de três competições entre maio e junho, todas nos Estados Unidos.
Em 2019, Biles tornou-se a ginasta com mais medalhas em Copas do Mundo (entre homens e mulheres), com 25, sendo 19 de ouro.
Em Tóquio, ela buscará outro recorde, o maior número de títulos olímpicos na ginástica (9), conquistado por Larissa Latynina entre os anos 1950-1960, então representando a União Soviética. Biles vai participar de seis provas na capital japonesa.
A pergunta que fica no ar é se a ginasta de 24 anos vai se aposentar depois do evento no Japão.
“Cecile e Laurent (seus treinadores desde 2017) são franceses, então eles fizeram uma chantagem emocional contra mim” para estar nos Jogos Paris-2024, afirmou a atleta nascida no estado dos Texas na semana passada.
Com apenas 21 anos, o recordista mundial de salto com vara (6,18 metros), Armand Duplantis, será o grande favorito na competição olímpica, na qual terá a companhia do veterano francês Renaud Lavillenie (34 anos) e dos americanos (Sam Kendricks, Chris Nilsen e KC Lightfoot).
O prodígio sueco começou o ano com grandes expectativas. Dominou a temporada em pista coberta ultrapassando a marca dos seis metros em quatro torneios e detém a melhor marca do ano (6,10 metros).
Também aproveitou o início de 2021 para aumentar seu recorde, com um título de campeão europeu indoor em Torun (Polônia).
Dois veteranos do tênis, mas com expectativas renovadas: Rafael Nadal e Roger Federer, de 34 e 39 anos, buscarão o ouro em Tóquio.
Nadal já conseguiu isso na categoria individual em Pequim-2008, mas Federer ainda não. O suíço conquistou na China uma medalha de ouro, mas nas duplas, ao lado de Stan Wawrinka.
As dúvidas sobre ambos pairam sobre a forma física. Nadal tem problemas nas costas desde o início da temporada. Do Aberto da Austrália (fevereiro) ao torneio de Monte Carlo nesta semana, ele tem estado longe das competições, então sua condição ainda é desconhecida.
Há ainda mais dúvidas sobre Federer, que retornou às quadras em Doha em março passado após treze meses fora do circuito ATP e duas operações no joelho direito.
Na capital do Catar, ele venceu um jogo e perdeu outro. Seu segundo torneio após o retorno está agendado para o início de maio, em Madri, no saibro.
Seu objetivo é estar no mais alto nível em Wimbledon e depois em Tóquio.
Um ícone na China, o nadador Sun Yang atravessa um momento delicado na carreira. Foi suspenso por oito anos – que aos 29 anos que é sinônimo de carreira encerrada – pelo Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) em fevereiro de 2020 por ter destruído uma amostra de sangue com um golpe de martelo durante um controle antidoping em setembro de 2018, após uma primeira sanção antidoping em 2014.
Sun Yang obteve a anulação da decisão da justiça civil suíça em dezembro passado, alegando a “parcialidade” de um dos árbitros por alguns comentários no passado.
Mas a participação do tricampeão olímpico em Tóquio depende de uma nova audiência no TAS, marcada para 24 a 28 de maio, dois meses antes da abertura dos Jogos.
Sua presença na Copa do Mundo de Natação 2019, onde foi campeão nos 200 e 400 metros, já causou inúmeras reações. O australiano Mack Horton se recusou a subir no pódio ao lado dele e o britânico Duncan Scott decidiu não apertar sua mão.
Caeleb Dressel parece ter tudo para ser, até certo ponto, o sucessor de Michael Phelps na natação masculina.
Aos 24 anos, o velocista americano foi vitorioso ‘apenas’ em provas de revezamento no Rio-2016 (4x100m estilo livre e estilos), portanto ainda está longe das 23 medalhas de ouro olímpicas de Phelps, que são um recorde absoluto.
Na Copa do Mundo de 2017, ele conquistou sete títulos e em 2019 alcançou oito medalhas, seis delas de ouro, que lhe credenciam para ser um grande nome da piscina no Japão.
O atleta britânico Mo Farah, que começou a competir em provas de longa distância a partir de 2017, assumiu um último desafio aos 38 anos.
Depois de conquistar o ouro nos 5.000 a 10.000 metros em Londres-2012 e Rio-2016, ele sonha com o quinto título olímpico em Tóquio, nos 10.000 metros.
Mas a competição é acirrada, principalmente com o surgimento do ugandense Joshua Cheptegei.
Na sua única participação num estádio desde o anúncio do seu regresso às provas de pista, em setembro de 2020, em Bruxelas, o corredor de origem somali bateu o recorde mundial da hora (21.330 km).
Depois ele participou de um reality show no final de 2020 e venceu a meia maratona do Djibouti (com o tempo de 1:03:07) no início de março.
O desafio da nadadora Katie Ledecky nos Jogos de Tóquio será conquistar cinco medalhas de ouro, entre os 200 e 1.500 metros, sendo que esta última prova estará pela primeira vez no programa olímpico. Passando também pelo revezamento 4x200m.
Duas finais, dos 200 e 1.500 metros, serão no mesmo dia, o que não parece preocupar a americana. “É um desafio, mas é um desafio para o qual estou treinando”, disse.
“Não vejo minha família há mais de um ano. Ninguém”, declarou a jovem de 24 anos, nascida na Costa Leste dos Estados Unidos, mas que atualmente vive em Stanford (Califórnia, Costa Oeste), ao falar sobre a pandemia.
“Sinto falta deles. Quero que esse tempo que passei trabalhando valha a pena”, destacou.
Na semana passada, Ledecky nadou abaixo dos quatro minutos nos 400 metros e fez os 200 metros em um minuto, 54 segundos e cinco décimos, resultados que a colocam entre as favoritas ao ouro no Japão.
O Japão deposita suas esperanças de medalhas no ginasta Kohei Uchimura, seis vezes campeão mundial entre 2009 e 2015, uma conquista inédita, e bicampeão olímpico.
Mas aos 32 anos e após um período atormentado por problemas físicos, seus ombros doloridos o fazem concentrar seus esforços na barra alta.
Nos próximos dias (15 a 18 de abril) ele vai participar das eliminatórias do Japão e tentará selar sua passagem para a quarta Olimpíada, onde sonha se despedir com a oitava medalha olímpica.
Seu título de campeão do Japão, em dezembro passado, já é um bom presságio.
Após a aposentadoria do jamaicano Usain Bolt e privado do americano Christian Coleman (sancionado por dois anos por não ter realizado exame antidoping quando solicitado), outro americano, Noah Lyles, de 23 anos, tentará se tornar o primeiro velocista dos Estados Unidos a vencer os 100 e os 200m nas Olimpíadas, feito alcançado pela última vez por um aleta do país em 1984, com Carl Lewis.
O ano passado foi cansativo para o carismático atleta, que revelou em agosto que estava fazendo um tratamento contra a depressão que, segundo ele, foi agravada pelo confinamento imposto pela pandemia e as manifestações do movimento antirracista ‘Black Lives Matter’.
O fechamento de instalações esportivas no início da pandemia o deixou sem local para treinar.
Lyles, que também é asmático, planeja treinar principalmente nos Estados Unidos para se preparar para as Olimpíadas.
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