As expectativas pelo desempenho de Simone Biles nos Jogos Olímpicos de Tóquio eram gigantescas. Havia quem apontasse a ginasta americana como favorita em todos os aparelhos e disputas individual geral e por equipe. Essa pressão fez Simone Biles tornar prioridade a sua saúde mental e decidir abdicar das apresentações na capital japonesa, tendo atuado somente em parte da final por equipes e da trave.

Questionada sobre algum arrependimento por não ter competido na maioria das finais olímpicas, Simone Biles disse não ter alterado sua opinião. “Eu não mudaria nada. É um pequeno preço a pagar. Não faz mal que tudo não esteja bem. Não importa quão forte sejam os holofotes”, disse a atleta americana.

A justificativa de Biles para não competir na maioria das finais jogou luz sobre um tema delicado na vida dos atletas. A pressão constante por melhores resultados leva, muitas vezes, a um prejuízo mental. Na ginástica artística, por exemplo, a falta de concentração nos movimentos – seja por qualquer motivo – pode causar graves lesões.

A ginasta entende que, ao tratar do tema de forma bastante dura, em uma decisão corajosa, abriu espaço para que outros atletas, das demais modalidades, tenham a possibilidade de expor suas angústias e tratem a saúde mental como prioridade frente às competições.

“Eu dei uma brecha para que os atletas falassem sobre saúde mental e sobre seu bem-estar e compreender que você pode se colocar em primeiro lugar, antes do atleta”, explicou Biles. Nas duas únicas decisões em que participou na Olimpíada de Tóquio, Biles faturou uma prata (por equipes) e um bronze (na trave).

A ginasta participará a partir de setembro do Gold Over America Tour. Nesta edição, com Simone Biles, o objetivo é, de acordo com a organização, “celebrar as poderosas atletas, que, juntas, são uma força que representa com orgulho a prática da ginástica feminina, inspirando a próxima geração”. A primeira apresentação será em Tucson, em 21 de setembro.