Já era esperado que a pandemia acelerasse mudanças no ambiente de negócios global. Essa transformação parece já ter se concretizado com a ampliação do poder das cinco gigantes da tecnologia – Facebook, Amazon, Apple, Microsoft e Google –, que aceleraram sua expansão. As companhias tiveram faturamento e lucro líquido recordes no 1º trimestre de 2021. Juntas, as cinco corporações, chamadas pela sigla em inglês FAAMG, faturaram US$ 322,5 bilhões (R$ 1,75 trilhão) e deram um lucro líquido de US$ 73,9 bilhões (R$ 401,2 bilhões) aos acionistas. Como resultado, as empresas encerraram o trimestre com a cifra de US$ 467 bilhões (R$ 2,5 trilhões) em caixa, o que representa metade da dívida brasileira.

Os resultados refletiram o aumento das compras dos produtos de tecnologia pelos consumidores durante a pandemia, alavancadas pela recuperação da China e o generoso pacote de US$ 1,9 trilhão do presidente americano Joe Biden aos consumidores nos Estados Unidos. Além disto, os resultados refletem o avanço dos serviços digitais, processo considerado irreversível e que foi catapultado pelo home office e pelas restrições de circulação causadas pelo coronavírus. “A Apple, por exemplo, tirou seus serviços da cartola, com uma margem bruta de 66%, que é o dobro da margem obtida com a venda dos produtos”, comenta Alberto Amparo, analista de investimentos da Suno Research. “No caso da Amazon, houve crescimento exponencial nas vendas, como computação em nuvem. É um ecossistema, onde quanto mais empresas entram, maior é o tráfego.”

Com a migração mais forte para os serviços, em detrimento dos produtos, a tendência é que as corporações faturem ainda mais no futuro. “A estratégia delas é primeiro conseguir o cliente e depois monetizar”.