Novak Djokovic, Rafael Nadal e Roger Federer partem como favoritos para o Aberto da Austrália, que começa nesta segunda-feira marcado pelo anúncio de aposentadoria de Andy Murray, o quarto membro do ‘Big Four’ que dominou o circuito ATP durante mais de uma década.

O torneio é também mais uma oportunidade da americana Serena Williams conquistar um histórico 24º troféu de Grand Slam da carreira, depois de desperdiçar a chance na final do US Open do ano passado, quando teve um ataque de nervos e perdeu para a japonesa Naomi Osaka.

A três dias da abertura da competição, Murray anunciou que vai deixar o tênis em 2019 por conta de seus problemas no quadril, esperando poder chegar até a disputa de Wimbledon no meio do ano.

“Há dez anos, alguém que tivesse se aposentado aos 31 anos teríamos dito que teve uma longa carreira”, destacou Nadal sobre a longevidade do quarteto que marcou época no tênis.

“Agora temos outra impressão, porque os tenistas jogam mais tempo. Hoje é ele, mas amanhã será outro. Nossa geração já não tem 20 anos, todos temos mais de 30”, acrescentou o espanhol.

– ‘Se estamos em forma…’ –

Federer (37 anos) e Djokovic (31), atual número 1 do mundo, buscam na Austrália o hepta campeonato do torneio.

“Se estivermos em forma e jogarmos bem, temos as melhoras chances de ganhar os torneios de Grand Slam”, destacou Djokovic.

O sérvio chega à Austrália em plenitude física, recuperada graças ao retorno da parceria com o técnico Marian Vajda. Djoko vem de títulos em Wimbledon e US Open e está atrás do terceiro Grand Slam consecutivo, apesar de mostrar vulnerabilidade ao cair no Masters 1000 de Paris e no ATP Finals para tenistas da nova geração, respectivamente Karen Kachanov e Alexander Zverev.

“Sem nenhuma dúvida é o favorito. Será difícil vencê-lo, uma vez que recuperou seu nível”, declarou sobre o sérvio Federer, que disputaria uma hipotética semifinal com Nadal caso os prognósticos se confirmem.

– Sem ritmo, mas motivado –

Dono de 20 títulos de Grand Slam, Federer mostrou fragilidade nos últimos meses de 2018, abrindo espaço para questionamentos sobre até quando o suíço vai conseguir desafiar o tempo. Federer parece recuperado em 2019, conquistando a Copa Hopman sem conceder sets nem quebras contra pérolas como Zverev ou Stefanos Tsistipas.

Já Nadal chega à Austrália após quatro meses sem competir, depois de abandonar a semifinal do US Open contra Juan Martín Del Potro.

“Me sinto bem, se não fosse o caso não estaria aqui”, contou o espanhol, que reconheceu a falta de ritmo e espera compensá-la com motivação máxima.

“Tenho a experiência, não é novo para mim. Sei que posso jogar bem mesmo com falta de ritmo”, acrescentou.

Entre os jogadores capazes de surpreender está o alemão Zverev, que ainda precisa provar que está preparado para lutar por títulos de Grand Slam.

“Eles são os homens a bater nos grandes torneios”, reconheceu o alemão sobre o quarteto lendário que já começa a sentir saudades de Murray.

– Serena em busca do recorde –

No quadro feminino, Serena tem mais uma oportunidade de vencer o 24º Grand Slam da carreira e se tornar a tenista mais vencedora de troféus desta categoria na história do tênis.

Em 2017, a americana venceu o título em Melbourne para superar a alemã Seffi Graf com mais títulos de Grands na era Open. A tenista também teve chances de levantar os títulos de Wimbledon e do US Open, em 2018, mas acabou derrotada em ambas finais respectivamente para a alemã Angelique Kerber e a japonesa Naomi Osaka.

Dois anos depois, a campeã de 37 anos tem mais uma oportunidade de alcançar a marca: “isso é algo que tomou importância desde que ganhei o 22º e o 23º… Claramente é algo que eu quero”, confessou.

Um título colocaria Serena também no restrito grupo de tenistas que conquistaram um Grand Slam depois de se tornarem mães. A última delas foi a belga Kim Clijsters, vencedora do US Open-2009 apenas 19 meses após o nascimento de sua filha.

As principais rivais da americana serão a romena Simona Halep, a tcheca Karolina Pliskova e Osaka, que estão em seu caminho até a final. A dinamarquesa Carolina Wozniacki e a tcheca Petra Kvitova são outras candidatas fortes para o troféu.

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