28/02/2020 - 9:30
Em maio de 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, um ataque aéreo nazista atingiu o Big Ben com uma bomba. Desde então, o relógio mais famoso do mundo convive com os destroços causados pelo ataque, que arruinou o principal salão da Torre Elizabeth. A extensão tremenda do estrago só foi descoberta há dois anos, quando se iniciaram os reparos. Até então, os engenheiros pensavam que se tratava de uma sequela de pequena monta. Na realidade, quase tudo estava destruído no interior do relógio. Isso obrigou o parlamento do Reino Unido a dobrar o orçamento inicial para o equivalente a R$ 453 milhões. Assim, há algum tempo o cartão-postal de Londres não toca o lendário tema de quatro notas do carrilhão, baseado no oratório “Messias”, de George Friedrich Haendel.
Torre azul da Prússia
A sala mais famosa da torre, a Câmara dos Comuns, ficou destruída depois que uma operação aérea alemã lançou uma bomba sobre as construções neogóticas projetadas pelo arquiteto Augustus Pugin (1812-1852). O resultado foi a destruição dos ponteiros e o teto da sala. É ali que a reforma se revelou mais trabalhosa. Desde o fim da Primeira Guerra Mundial, os sinos não foram calados por tanto tempo. Quando o Reino Unido deixou a União Europeia, em 31 de janeiro, os entusiastas do Brexit defenderam que e o carrilhão de cinco sinos voltassem a ser tocados, mas o gigante seguiu calado.
O orçamento para o a torre de 96 metros de altura prevê o reparo das fissuras da construção, do mecanismo do relógio e de rachaduras do teto. A ideia é devolver todos os detalhes, como o azul da Prússia que fazia a torre refulgir na inauguração, em 31 de maio de 1859, como parte do palácio de Westminster, a sede do parlamento. O gasto inicial da estava avaliado em R$ 230 milhões. Mas o governo injetou o dobro de dinheiro.
Os números do interior do relógio impressionam: 334 degraus separam o asfalto do topo da construção e 1.296 vidros compõem os quatro mostradores do relógio. O Big Ben deve reabrir ao público em 2021, quando a tema de Haendel voltará a marcar as horas dos londrinos.
