O novo técnico do Uruguai, o argentino Marcelo Bielsa, garantiu que a torcida da ‘Celeste’ pode se encher de esperanças, ao se apresentar à imprensa nesta quarta-feira no Estádio Centenário, em Montevidéu.

Bielsa não apresentou novidades, mas deu respostas conceituais carregadas de sentido. Ele nada revelou, por exemplo, sobre o futuro na seleção dos últimos grandes craques uruguaios, como os atacantes Luis Suárez e Edinson Cavani.

“Qualquer decisão que envolva um jogador com antecedentes históricos não pode ser tomada sem ouvi-los. Tenho muito respeito pelos ídolos porque são patrimônio do povo e o ídolo é um metal precioso para os mais pobres. Jamais faria conscientemente algo que poderia prejudicar um ídolo”, explicou.

O técnico argentino de 67 anos detalhou, por outro lado, como resolveu assumir o comando da Celeste, campeã mundial em 1930 e 1950.

O Uruguai é um dos países que, em termos de futebol, “pode sonhar e alimentar as esperanças com jogadores de alto nível”, disse ele, explicando por que descartou propostas financeiras muito mais tentadoras que alguns clubes lhe fizeram, embora não tenha revelado valores.

“Uma das coisas que considerei muito é que não teria nenhum clube que pudesse me oferecer um grupo de jogadores como os que o Uruguai tem no momento”, disse ele.

“Eles não precisaram me convencer, eu diria que foi quase o contrário. Meu desejo de pertencer a este projeto tem dois extremos: os jogadores que o Uruguai dispõe e o destinatário: o cidadão comum”.

“A forma como entendo o futebol é assimilável aos jogadores com os quais vou contar”, disse ele.

Após mencionar o pouco tempo de trabalho que terá antes da estreia da Celeste contra o Chile, em setembro, pelas eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2026, ele disse que vai se dedicar a acompanhar os jogadores que menos conhece.

“Os grandes jogadores não precisam de muito tempo para assimilar um estilo se esse estilo os representa. E os grandes de verdade o fazem instantaneamente”, comentou o ex-treinador das seleções de Chile e Argentina e de clubes como Leeds, Athletic Bilbao e Olympique de Marselha, entre outros.

Ele também destacou que aproveitará ao máximo os nove dias em que terá à sua disposição os jogadores convocados em junho, tendo em vista os amistosos internacionais que o Uruguai fará em Montevidéu contra Nicarágua e Cuba, nos dias 14 e 20 desse mês.

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