O presidente americano, Joe Biden, afirmou, nesta segunda-feira (26), que o Ocidente “não teve nada a ver” com a rebelião do grupo Wagner na Rússia, iniciada e abortada no fim de semana.

“Convoquei nossos aliados-chave a uma chamada por Zoom”, disse Biden a jornalistas.

“Eles concordaram em que nós temos que ter certeza de não dar a (o presidente russo, Vladimir) Putin nenhuma desculpa (…) para responsabilizar o Ocidente e a Otan por isso”, afirmou.

“Deixamos claro que não estávamos envolvidos. Não tivemos nada a ver, era um problema dentro do sistema russo”, acrescentou.

“Para manter nossa coordenação, vou falar com os chefes de Estado (…) vou garantir que estejamos de acordo”, disse o presidente, para quem é “muito cedo” para tirar conclusões sobre o ocorrido.

Biden disse estar em contato com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, para garantir-lhe o apoio dos EUA.

O porta-voz do departamento de Estado, Matthew Miller, declarou aos jornalistas que a embaixadora americana na Rússia, Lynne Tracy, disse, no sábado, às autoridades russas que “os Estados Unidos não estão envolvidos e nem o estarão”.

Segundo a Casa Branca, durante a rebelião, diplomatas americanos estiveram em contato em “tempo real” com seus contrapartes da Rússia, um país que possui armas nucleares, para abordar as preocupações de segurança.

“A instabilidade na Rússia é algo que levamos muito a sério”, respondeu o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, ao ser questionado sobre o tema por um jornalista durante uma coletiva de imprensa.

“Tivemos em tempo real, através dos canais diplomáticos, conversas com funcionários russos sobre nossas preocupações”, acrescentou.

Kirby afirmou que Washington vigia “de muito perto” a posição nuclear de Moscou durante a invasão da Ucrânia, mas que não há, até o momento, “qualquer indício” de que o presidente russo tenha a intenção de usar armas nucleares.

Durante 24 horas, as forças de Yevgeny Prigozhin, chefe do grupo paramilitar Wagner, tomaram várias instalações militares na cidade estratégica de Rostov do Don, no sudoeste da Rússia, e percorreram 600 km em direção a Moscou.

Em Rostov, seus combatentes foram aplaudidos ao deixarem o quartel-general militar que haviam tomado, de onde são coordenadas as operações na Ucrânia.

A rebelião terminou após um acordo, em virtude do qual Prigozhin obteve garantias de imunidade para si e para seus homens em troca do fim do levante. Segundo o Kremlin, ele deve se exilar em Belarus.

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