WASHINGTON, 22 FEV (ANSA) – O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta terça-feira (22) um pacote de sanções contra a Rússia após o seu homólogo russo, Vladimir Putin, reconhecer a independência de duas regiões separatistas no leste da Ucrânia – Donetsk e Lugansk.
A decisão foi anunciada durante discurso na Casa Branca e inicialmente bloqueia duas instituições financeiras russas militares, proíbe negociações com a dívida soberana russa e impõe sanções à elite da Rússia e seus familiares a partir desta quarta (23).
“Estamos implementando sanções à dívida soberana da Rússia. Isso significa que cortamos o governo da Rússia do financiamento ocidental”, disse ele, acrescentando que as medidas também teriam como alvo instituições financeiras e “elites” russas.
Biden, no entanto, deu a entender que deve reservar algumas medidas mais rígidas para serem usadas caso Putin promova um ataque violento à Ucrânia.
“As sanções são defensivas, não temos intenção de lutar contra a Rússia”, enfatizou Biden, acrescentando que “os EUA e seus aliados permanecem abertos à diplomacia para buscar uma solução” com o governo russo, “desde que seja uma diplomacia séria”.
Para o presidente americano, o discurso feito por Putin na última segunda-feira (21) deixa claro que ele não está aberto ao diálogo, mas ainda espera que a diplomacia seja praticada. De acordo com o democrata, as ações na Ucrânia são “o início de uma invasão”, e a Rússia pode decidir lançar ataques contra várias cidades ucranianas, incluindo a capital Kiev. Por isso, Biden afirmou que autorizou forças adicionais e equipamentos militares para reforçar o Mar Báltico.
Ontem, o governo americano já havia anunciado sanções contra Donetsk e Lugansk, como a proibição de novos investimentos, atividades comerciais e financeiras.
Reação Trump – Mais cedo, o ex-presidente do Estados Unidos, Donald Trump, criticou a maneira como o seu sucessor vem lidando com as tensões entre a Rússia e o Ocidente. O magnata destacou sua proximidade com Vladimir Putin, assegurando que o russo “nunca” teria agido assim sob seu governo.
“Se bem gerenciada, não haveria absolutamente nenhuma razão para que a crise na Ucrânia se desenrolasse dessa maneira”, disse Trump, em um comunicado. (ANSA)