Os eleitores do estado da Carolina do Sul pareciam dispostos a dar ao presidente americano, Joe Biden, uma vitória neste sábado (3), apesar dos sinais de participação fraca nessa que é considerada uma prova de fogo do apoio dos eleitores negros em sua briga pela reeleição contra o ex-presidente republicano Donald Trump.

O estado do sul lançou Biden no caminho para a Casa Branca em 2020, e agora, quatro anos depois, o presidente procura um pouco da mesma magia para aproveitar o impulso recente e enfrentar uma provável revanche com Trump.

Os eleitores demoraram a chegar a vários colégios eleitorais visitados pela AFP na cidade histórica de Charleston, uma vez que muitos pareciam dar como garantida a vitória de Biden na Carolina do Sul.

O presidente, 81, tem apenas dois rivais de longo alcance na votação, que deve terminar às 19h locais: o congressista de Minnesota Dean Phillips e a autora de livros de autoajuda Marianne Williamson.

Biden fez uma série de visitas de campanha, mas não comparecerá hoje, um dia depois que ataques de represália dos Estados Unidos atingiram grupos ligados ao Irã na Síria e no Iraque, após a morte de três soldados americanos em ataques a uma base na Jordânia.

A participação eleitoral será monitorada com atenção: os eleitores negros impulsionaram a vitória de Biden na Carolina do Sul em 2020, o que salvou a sua campanha, e depois o impulsionaram à Casa Branca. Caso se mantenham afastados hoje, espalharão preocupação nas fileiras democratas.

Pesquisas recentes mostraram que o apoio a Biden diminui entre os eleitores negros, principalmente os jovens, em meio à frustração por ele não ter discutido suas prioridades, apesar de eles o terem apoiado há quatro anos.

Um colégio eleitoral visitado pela AFP havia recebido menos de 100 pessoas até o meio-dia, cinco horas após a abertura das urnas. Outro ficou vazio por cerca de três horas após a abertura.

Biden pressionou para que a Carolina do Sul estivesse à frente das primárias democratas deste ano, antes de New Hampshire, cuja população é quase inteiramente formada por pessoas brancas.

Embora seja provável que a Carolina do Sul permaneça em mãos republicanas em novembro, como acontece continuamente desde 1980, Biden a considera um campo de testes da sua popularidade entre os eleitores negros.

Os democratas fizeram esforços de campanha significativos e Biden visitou a região duas vezes neste ano. Ontem, a vice-presidente, Kamala Harris, pediu a seus apoiadores que compareçam para votar, durante um discurso inflamado em uma universidade historicamente negra.

As primárias republicanas de 24 de fevereiro prometem ser mais disputadas do que as democratas, com Trump tentando desferir um golpe decisivo na ex-governadora da Carolina do Sul e embaixadora junto à ONU Nikki Haley em seu próprio território.

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