O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, fez nesta segunda-feira (14) sua maior crítica a Donald Trump desde as eleições de novembro, ao afirmar que o presidente republicano desafiou a Constituição e “a vontade do povo” com sua insistência em não reconhecer os resultados eleitorais.

“É uma posição tão extrema, que nunca havíamos visto. Uma posição que se recusou a respeitar a vontade do povo, a respeitar o Estado de Direito e a honrar a nossa Constituição”, disse Biden em discurso após ter sua vitória confirmada pelo Colégio Eleitoral. Biden se referia a um processo do Partido Republicano promovido por Trump que buscava contestar a vitória do candidato democrata em vários estados-chave, mas que foi rejeitado pela Suprema Corte na última sexta-feira.

O presidente eleito elogiou os americanos pelos níveis recordes de participação na votação, apesar dos temores pela covid-19 e da “enorme pressão política, abuso verbal e até ameaças de violência física” contra as autoridades eleitorais.

“A chama da democracia foi acesa neste país há muito tempo. E agora sabemos que nada, nem mesmo uma pandemia ou um abuso de poder, pode apagá-la”, declarou Biden. “Espero, sinceramente, que nunca mais voltemos a ver alguém sujeito ao tipo de ameaça e abusos que vimos nessas eleições”, assinalou, chamando de “inconcebível” o assédio a funcionários eleitorais.

O democrata disse que Trump exerceu plenamente seu direito de contestar os resultados na Justiça e, “em nenhum caso, foi encontrada qualquer causa ou evidência para reverter, questionar ou disputá-los”. Biden também criticou o Partido Republicano por apoiar as alegações sem provas de Trump de fraude em massa. No entanto, acrescentou, a Suprema Corte enviou “um sinal claro” na semana passada.

Após a votação do Colégio Eleitoral, Biden disse que “é hora de virar a página”. “Estou convencido de que podemos trabalhar juntos pelo bem da nação”, defendeu.

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