O presidente dos EUA, Joe Biden, lembra-se de um encontro que teve com Vladimir Putin, então primeiro-ministro da Rússia. Foi em Moscou, há dez anos. Biden disse-lhe com todas as letras: “Vejo em seus olhos que o senhor não tem alma”. Assim como na política, também nas relações diplomáticas as coisas nunca são, sempre estão sendo. Tudo pode mudar. Apesar disso, Biden nutria poucas esperanças em sua reunião com Putin, agora presidente, na quarta-feira 16, em Genebra, na Suíça. Na pauta estava um rol de discordâncias: a retirada russa da Ucrânia, a interferência do Kremlin nas eleições americanas, ataques cibernéticos e a libertaçao por Moscou do oposicionista Alexei Navalny. Em duas horas e quarenta e cinco minutos de encontro (menos que o esperado), a maior parte do tempo foi dedicada a Navalny. Putin o comparou aos invasores do Capitólio. Biden respondeu: “Ridículo”. O presidente dos EUA, para o bem do mundo, deixou claro que seguirá na defesa dos direitos humanos, e disse a Putin que ataques à democracia “serão respondidos”. Sobre as demais questões, nada além de falas protocolares. Dá para acreditar que Putin deseja um mundo melhor da mesma forma que Biden almeja? Claro que não, ele é autocrata. Aos jornalistas, lembrou 2011. E ironizou: “Temos o mesmo espírito. Mas isso não quer dizer que um olhou nos olhos do outro para dizer quem tem alma”.

Vitória dos EUA na Otan

A Otan é a principal aliança militar do ocidente. Na semana passada, em Bruxelas, quando o presidente dos EUA, Joe Biden, fez sua estreia na reunião de cúpula da instituição, os seus países membros se sentiram seguros para declarar que a China “é um desafio sistêmico”. Assistiu-se à vitória de Biden. O atual presidente americano, carisma mais visão de estadista, porta-se de maneira diversa de seu antecessor Donald Trump, que batia de frente com o governo chinês. Diplomata, Biden optou por atrair países na formação de um bloco que endosse a supremacia dos EUA.

ENCONTRO HISTÓRICO Kruschev e Kennedy: crises em Cuba e Berlim (Crédito: White House Photographic Office )

Tensão em junho de 1961

Em Viena, reuniram-se o presidente dos EUA, John Kennedy, e o secretário-geral do Partido Comunista da então URSS, Nikita Kruschev (o principal mandatário do país). Em plena Guerra Fria, vivia-se um momento de tensão mundial: os americanos tinham invadido sem sucesso a Baía dos Porcos, em Cuba, e havia a crise de Berlim, cidade sob o domínio de americanos e russos. Resultado da reunião: endurecimento das posições dos EUA.

ECONOMIA
A Selic subiu

0,75 PONTO PERCENTUAL é quanto o BC (foto) aumentou na semana passada a Selic. Passou de 3,5% para 4,25% ao ano

Para mitigar os efeitos da alta da inflação, o BC elevou a taxa básica de juros, a Selic, de 3,5% para 4,25% ao ano. Ao termino da reunião, na quarta feira 16, o Comitê de Política Monetária ainda sinalizou que em agosto a Selic sofrerá novo aumento — provavelmente de 0,75 ponto percentual, como foi o da semana passada. O objetivo é restringir o crédito: sobem os juros, por exemplo, de financiamentos, cartões de crédito, cheque especial e empréstimos pessoais.

MEDICINA
Duas vitórias contra a Covid

Estudo realizado pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa, instituição ligada ao Hospital Israelita Albert Eisntein, em parceria com a farmacêutica Pfizer demonstrou que o medicamento tofacitinibe é redutor, em 37%, do risco de morte e falência respiratória em pessoas hospitalizadas devido à Covi-19. Ele foi administrado em pacientes no segundo estágio de evolução da enfermidade, no qual rins e pulmões podem ficar comprometidos por causa de uma resposta excessivamente desproporcional do sistema imunológico — fenômeno que a ciência chama de “tempestade inflamatória” ou “tempestade imunológica”. O medicamento, já utilizado no tratamento de artrite reumatoide, regula a resposta do organismo. Informação importante: não se está falando de cura da Covid-19, mas, sim, de redução em 37% de fenômenos desencadeados pela doença que lesam órgão vitais e podem levar à morte. O estudo foi publicado pela revista médica The New England Journal of Medicine, uma das mais conceitadas em todo o mundo.

Imunização no leite materno

Lactentes que foram imunizadas contra a Covid com a vacina CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, em São Paulo, possuem anticorpos contra a doença no leite materno — eles permaneceram ativos, em 50% dos casos, por quatro meses. Assina o estudo o Instituto da Criança e do Adolescente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo.