WASHINGTON (Reuters) – O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) não pode aprovar novos fundos para a Argentina se o país não cumprir com os compromissos de melhorar suas condições macroeconômicas, disse o presidente do banco nesta segunda-feira.
Em carta ao editor publicada pelo Wall Street Journal, Mauricio Claver-Carone afirmou que o banco tem o “dever de ajudar membros como a Argentina”, mas também está “ansioso para que a Argentina cumpra seus compromissos com o FMI (Fundo Monetário Internacional) para melhorar as condições macroeconômicas”.
Claver-Carone disse que a Argentina está solicitando a aprovação de um novo empréstimo incondicional de 500 milhões de dólares, enquanto o banco já desembolsou 2,5 bilhões de dólares desde o final de 2020 para projetos de saúde, água potável e infraestrutura.
“Por mais que o BID queira aprovar novos fundos para a Argentina, não pode aprová-los sem assegurar prudentemente que tenha impacto no desenvolvimento”, acrescentou.
A Argentina, que enfrenta um cenário macroeconômico desafiador, com inflação em alta e moeda em mínimas históricas em relação ao dólar, já tem um programa de 44 bilhões de dólares acordado com o FMI.
“Os compromissos, muito mais modestos do que os exigidos de outros países, são fundamentais para promover um crescimento sustentável e garantir que o BID possa oferecer novos financiamentos à Argentina”, acrescentou Claver-Carone.
Os comentários do BID vieram antes de uma reunião de autoridades do FMI com a nova ministra da Economia da Argentina, Silvina Batakis, que assumiu o cargo há menos de um mês depois que seu antecessor renunciou abruptamente.
(Reportagem de Carolina Pulice)