A presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, deputada Bia Kicis (PSL-DF), publicou em seu Twitter, nesta quinta-feira (22), uma foto ao lado de Beatrix von Storch, uma das líderes do partido de extrema-direita alemão Alternativa para a Alemanha (AfD). As informações são do site Congresso em Foco.

O AfD é um partido com tendências racistas, sexistas, islamofóbicas, antissemitas, xenófobas e de forte discurso anti-imigração, de acordo com o Museu do Holocausto, e tem hoje a terceira maior bancada do parlamento alemão.

Na foto em que aparece ao lado de von Storch, com uma bandeira do Brasil ao fundo, Bia Kicis diz: “Hoje recebi a deputada Beatrix von Storch, do Partido Alternativa para a Alemanha, o maior partido conservador daquele país. Conservadores do mundo se unindo para defender valores cristãos e a família”.

Segundo o Congresso em Foco, o AfD é considerado pelo governo alemão uma possível ameaça extremista no país e já teve uma ala de seu partido investigado pelo serviço secreto da Alemanha.

Em seu perfil no Twitter, o Museu do Holocausto explica que von Sorch é “neta de Lutz Graf Schwerin von Krosigk, ministro nazista das Finanças e um dos poucos membros do gabinete do Terceiro Reich a servir continuamente desde a nomeação de Hitler como chanceler”.

De acordo com a instituição, “em seu testamento, Hitler elegeu Krosigk [avô da deputada alemã] para continuar como ministro das Finanças até sua morte. Ele serviria em um governo liderado por Goebbels, como chanceler. No entanto, o próprio Goebbels cometeu suicídio apenas um dia depois, em 1º de maio de 1945”, diz o Museu do Holocausto.

“É evidente a preocupação e a inquietude que esta aproximação entre tal figura parlamentar brasileira e Beatrix von Storch representam para os esforços de construção de uma memória coletiva do Holocausto no Brasil e para nossa própria democracia”, finaliza a instituição.

Horas depois de publicar a foto ao lado de von Storch, Bia Kicis voltou a seu Twitter para dizer que a parlamentar alemã é “conservadora, denuncia política de imigração e ataques às liberdades individuais, como a liberdade de expressão” e que “nada desabona sua conduta”, pelo que ela pesquisou.