Após encerrar 2023 com dois troféus num mesmo torneio, Beatriz Haddad Maia ainda não embalou neste ano. A principal tenista do Brasil, atual 13ª do mundo, admite a queda de rendimento nestes primeiros meses da temporada, mas diz conviver bem com as oscilações e projeta uma reação diante da torcida, em sua cidade natal, na Billie Jean King Cup. Entre sexta-feira e sábado, ela será a referência do time brasileiro no duelo contra a Alemanha, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo.

“Eu gostaria de mudar essa energia, essa chave, nesta semana. Com certeza, está sendo uma das semanas mais especiais da minha carreira. Pelo que estamos sentindo, estamos querendo muito esse momento. Trabalhamos para isso”, comentou Bia, nesta quinta-feira, véspera do início do confronto.

Na temporada 2024, a brasileira já disputou 10 competições, todas da elite do tênis mundial. Fez boas apresentações, inclusive no Aberto da Austrália, o primeiro Grand Slam da temporada. Mas não conseguiu ir mais longe nos torneios. Sua melhor performance aconteceu no Torneio de Abu Dabi, quando alcançou a semifinal.

“Eu tive um início de temporada que não foi ruim, mas também não foi como eu gostaria. Essa expectativa que eu criei, e que acabou gerando expectativa nas pessoas também, foi porque eu me sentia muito bem, fiz uma boa pré-temporada. Acabei me cobrando demais no começo dos jogos. Alguns deles não saíram como eu gostaria. Acabei ficando um pouco ansiosa e me perdi emocionalmente”, revelou.

Bia, contudo, disse não se abalar com as oscilações neste início de temporada. “Algo que me tranquiliza é o meu dia a dia. E o meu time estamos trabalhando bem, eu estou jogando em alto nível. Um exemplo disso é a tenista Danielle Collins, que venceu dois torneios em sequência, virou número 15 do mundo e eu continuo à frente dela. Eu estou há dois anos dentro do Top 15”, disse a número 13 do ranking da WTA.

“Às vezes a gente coloca uma expectativa de um lugar onde eu poderia estar, mas acaba se frustrando. Se eu olhar para o ano passado, neste mesmo momento do ano, eu estava num lugar parecido. O que muda é como estamos enxergando o ‘copo meio cheio e meio vazio’. Mas estou motivada.”

Bia é a principal referência do Brasil no duelo com a Alemanha pela fase classificatória da Billie Jean King Cup, a versão feminina da Copa Davis. Se o Brasil vencer, alcançará a fase principal da competição por países, o Finals.

“O tênis feminino do brasileiro vem de momentos especiais e cada uma de nós representa o país da sua forma. Me sinto privilegiada por fazer parte deste time e espero que possamos aproveitar essa semana para fazer a diferença no tênis feminino. Deixar um legado importante no esporte mesmo”, afirmou Bia, que tem o melhor ranking de simples entre todas as tenistas deste confronto.