O senador Fernando Bezerra oficializou nesta quarta-feira, 6, a sua saída do PSB e a filiação ao PMDB. Em seu discurso, afirmou que a decisão faz parte do projeto que tem para Pernambuco. O senador trabalha para lançar, em 2018, o seu filho, o ministro Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, ao governo do Estado. Deputado licenciado, ele deve se filiar à sigla em março do ano que vem, durante o período da janela partidária.

“Chego ao PMDB para somar. Espero que os companheiros que fazem o PMDB em Pernambuco possam aceitar a nossa proposta. Temos um projeto para Pernambuco, mas não será um projeto de uma pessoa, de um partido, ou de um grupo, será o projeto de uma frente política”, disse.

A ida de Bezerra para o PMDB causou mal-estar no DEM. Nenhum nome da legenda compareceu à cerimônia. O senador e seu filho negociavam se filiar ao partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), junto com outros deputados da ala governista do PSB, que foram colocados de lado pela executiva do partido.

Além de nomes de DEM, outra ausência sentida foi a do deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). Interlocutores afirmam que a vinda do senador e seu clã para o partido não agradaram ao antigo cacique. Vasconcelos nega que haja qualquer indisposição.

Segundo Bezerra, a sua decisão de se filiar ao PMDB se devia à ação de dois ministros próximos ao presidente Michel Temer: Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência). O presidente da legenda, senador Romero Jucá (PMDB-RR), também atuou intensamente para costurar esse acerto.

Durante seu discurso, Bezerra afirmou que esse é um momento de muita divisão interna das legendas e disse acreditar que mais pessoas iriam seguir o mesmo caminho. “Talvez eu não seja o único nem serei o último a fazer esse movimento de procurar me aproximar dos partidos dos quais nós nos identificamos, em relação às suas bandeiras programáticas e a sua visão de sociedade”, disse, sem mencionar o fato de Temer e seus principais ministros e interlocutores serem alvos da Operação Lava Jato.

Além de nomes do PMDB, nomes da política pernambucana de outras legendas também participaram da cerimônia, como o ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), e o senador Armando Monteiro (PTB-PE).