A estrela pop Beyoncé, que prepara o lançamento de um álbum country, se tornou esta semana a primeira cantora negra a liderar o ranking de sucessos desse gênero musical, escrevendo uma nova página na história da música americana.

“Texas Hold ‘Em”, canção lançada de surpresa em 11 de fevereiro no meio do Super Bowl, ficou no primeiro lugar da lista “Hot Country Songs” da revista musical Billboard. Outro single, “16 Carriages”, ocupou a nona posição.

Até então, “nenhuma mulher negra ou sabidamente birracial” havia alcançado o topo desse ranking, escreveu em seu site a Billboard.

Embora o country seja um estilo musical que se inspira nas raízes afro-americanas, em especial o banjo usado por escravos africanos, os artistas negros dos Estados Unidos historicamente se mantiveram afastados do gênero, predominado por músicos brancos.

A questão ganhou destaque nos últimos anos quando Lil Nas X ganhou fama repentina com “Old Town Road”, música que misturou sons de banjo com batidas pulsantes e dominou o ranking de singles mais observados da indústria em 2019, mas não sem polêmica.

A Billboard removeu a canção das paradas de country, mas a deixou na lista de rap, desencadeando acusações de que o trabalho do músico de Atlanta foi rotulado de forma estereotipada por ele ser negro.

Nos últimos anos, vários artistas negros conseguiram penetrar na música country, como Mickey Guyton e Brittney Spencer.

Exemplo desse reconhecimento tardio, a famosa canção folk e country “Fast Car”, de Tracy Chapman, lançada em 1988, foi premiada nos Country Music Awards de 2023, após ganhar um cover por Luke Combs.

O novo álbum de Beyoncé, “Act II”, será lançado em 29 de março. Prometido como um disco country, é o segundo capítulo de uma trilogia que começou em 2022 com “Renaissance”, mais voltado para o dance e o house.

arb/nr/rle/llu/nn/ic/mvv