Imagina sair do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), na Avenida Paulista, caminhar por cerca de 20 minutos e dar de cara com uma praia. Na Rua Doutor Alfredo Ellis, em meio a prédios antigos e próximo às tradicionais cantinas do Bexiga, no centro, é possível montar o guarda-sol, armar a cadeira de praia e levar a criançada para brincar em uma área de mais de 2 mil m² de areia. “Parece mesmo uma praia, só falta o mar”, diz a fotógrafa Ana Elisa Oriente, de 56 anos, uma das frequentadoras.

Não tem mar, mas tem chuveirão e também está liberada piscina de plástico. Idealizador da Praia Urbana, Armando Onofri, de 51 anos, diz que o local é uma forma de aproveitar espaços abandonados. “O terreno estava sujo, tinha até carcaça de carro”, conta. “As pessoas saem de São Paulo e ficam 12 horas para chegar na praia. Tendo areia e chuveirão, já é praia.”

O espaço é aberto a todos das 9 às 18 horas e só fecha às segundas. O público é variado. Casais de namorados, famílias com crianças e idosos, que aproveitam para comprar caqui (R$ 3 a bandeja) ou morango (R$ 3,50) na feira de orgânicos, aos domingos. Também há oficinas e palestras – e o organizadores pensam até em fazer sessões de cinema no local. Animais de estimação são bem-vindos.

No domingo, 12, uma turma de garotos praticava slackline, enquanto outro grupo armava a rede para uma partida de vôlei. “Trouxe meu filho de 1 ano e 3 meses para colocar o pé na areia”, diz o vendedor Christian Ribeiro, de 45 anos. “Ele brinca à vontade, e eu fico sossegado, sem me preocupar com questões de segurança. Que outro lugar em São Paulo é assim?”

Para Ana Elisa, o espaço traz “um conceito de comunidade”. “As pessoas são vizinhas e, quando se encontram, é no elevador.” Há, porém, regras de convivência. Não pode fazer piquenique, andar de skate, bicicleta ou patins nem trazer bebida alcoólica de casa. Na Praia Urbana, a caipirinha de vodca, saquê ou cachaça sai a R$ 15. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.