Beto Barbosa se colocou na pele e falou da morte de Marília Mendonça, que faleceu na última sexta-feira (05) vítima de um acidente aéreo em Minas Gerais. Em entrevista para o colunista Ricardo Feltrin, do UOL, o cantor lamentou a fatalidade e expressou o perigo que muitos artistas enfrentam ao irem fazer shows.

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“Ainda estou chocado, horrorizado. Eu sempre tenho pavor de andar de jatinho, de bimotor e até de avião comercial. Aquilo vira uma folha de papel lá em cima. Já passei muitos perrengues em aeronaves. Uma vez fui tocar aí em São Paulo. Inclusive era um show pro Gugu Liberato. Eu fui num avião, com dois seguranças e um músico, além do piloto e co-piloto. Aí o piloto, não sei o porquê, entrou numa daquelas nuvens pretas, que eles chamam de CB (Cumulus nimbus)”, começou Beto.

“Meu amigo: eu gritava, o piloto gritava, todo mundo gritava? Eu achava que ali seria a nossa morte. Porque o avião não saía daquilo, a gente virou um papel ali dentro da nuvem. O avião ia de bico, de barriga, de repente subia, pedras de gelo batendo na fuselagem do avião? um horror. Você faz promessa pra Deus pra escapar, você perdoa os amigos, você perdoa até os inimigos? você pede pra Deus pra ter mais uma chance”.

Ele ainda disse que esses fatos sempre ocorrem com quem viaja tanto em aeronaves, especialmente as pequenas como a que vitimou Marília: “Artista que diz não ter medo de avião está mentindo. Todos nós temos. As pessoas falam que o que aconteceu com a Marília é uma fatalidade, mas nós nos expomos às fatalidades muito mais que uma pessoa normal, porque não saímos de dentro dessas ‘coisas’ (aviões)”.

Barbosa finalizou dizendo que as pessoas só veem o lado glamuoroso dos artistas. “No tempo de maior sucesso a gente fechava até três shows por dia, porque a gente nunca sabe até quando o sucesso vai continuar. Os artistas sofrem na estrada e no céu. Não sei se é pior estar dentro de um jatinho ou de um carro numa estrada brasileira. Veja a quantidade de artistas mortos em acidentes em carros ou aviões. Francisco Alves (1898-1952, de carro), Jessé (carro), Mamonas (avião), agora a Marília? sem falar nos estrangeiros.”