CIDADE DA GUATEMALA, 15 JAN (ANSA) – Em meio a um clima de tensão, o líder de centro-esquerda Bernardo Arévalo, 65 anos, tomou posse como novo presidente da Guatemala na madrugada desta sexta-feira (15).   

O sociólogo e ex-diplomata do movimento progressista Semilla (Semente), vencedor das eleições de junho com 61% dos votos, é o 52º chefe de Estado na história do país latino-americano e governará até 2028.   

Arévalo e sua vice, Karin Herrera, prestaram juramento em uma cerimônia no centro cultural Miguel Ángel Asturias, após um atraso de nove horas no Congresso em razão de disputas políticas e sem a presença de seu antecessor, o conservador Alejandro Giammattei.   

“Hoje, como nação, estamos fazendo história. Não pode haver democracia sem justiça social, e a justiça social não pode prevalecer sem democracia”, declarou o novo presidente da República.   

Arévalo recebeu a faixa presidencial e as chaves da Constituição de um jovem deputado do Semilla, Samuel Pérez, de 31 anos, eleito como mandatário do Congresso.   

A transferência de poder contou com a presença de lideranças da região e da União Europeia para garantir o respeito ao processo democrático, após o Semilla ter denunciado perseguições políticas por parte da Justiça.   

Entre os que foram à Guatemala para a posse estavam o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, o mandatário do Chile, Gabriel Boric, o rei da Espanha, Filipe VI, e o alto representante da UE para Política Externa, Josep Borrell.   

O chefe da diplomacia europeia e o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, ainda assinaram uma declaração conjunta na qual intimavam as autoridades da Guatemala a respeitar a vontade popular.   

Inicialmente, os eleitos pelo Semilla seriam empossados no Congresso como “independentes” devido ao fato de o status jurídico do partido ter sido suspenso pela Procuradoria da República, cujos líderes foram sancionados pelo governo dos EUA por prejuízos aos sistema democrático. No entanto, o Legislativo revogou a suspensão.   

“O povo guatemalteco expressou a própria vontade democrática através de eleições justas, livres e transparentes. Essa vontade deve ser respeitada”, escreveu Borrell nas redes sociais.   

(ANSA).