O Benin enviará pessoal de suas forças de segurança para o Haiti como parte de uma missão apoiada pela ONU, anunciou o governo do país africano nesta terça-feira (27), em uma decisão comemorada pela Comunidade do Caribe (Caricom) reunida em Georgetown.

O Ministério do Interior e Segurança do Benin informou à AFP que “está confirmado que Benin enviará homens para o Haiti”, depois que a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, afirmou em Georgetown, onde participa da cúpula da Caricom, que se tratava de uma missão de 2.000 efetivos.

O ministério desse país da África Ocidental não especificou o número de agentes ou se são policiais ou militares. “É tudo o que posso dizer por enquanto”, disse um porta-voz.

“É um acordo preliminar, um compromisso assumido pelo Benin por meio de seu governo”, indicou um alto oficial das Forças Armadas do Benin sob anonimato. “Não significa que já tenhamos homens prontos para partir, é agora que precisamos colocar em prática os preparativos para enviá-los”, acrescentou, sem confirmar também o número, se são militares ou militares e policiais.

O Haiti, o país mais pobre da região, é assolado por uma grave crise política e humanitária e pela violência de gangues que controlam grandes partes de seu território. Em outubro, o Conselho de Segurança da ONU determinou o envio ao Haiti de uma missão multinacional liderada pelo Quênia, mas sua implementação efetiva tem sido adiada, sobretudo devido a uma decisão judicial de Nairobi.

O Benin já participou com pessoal policial da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah), que operou entre 2004 e 2017.

“É um passo positivo”, comemorou o secretário de Assuntos Exteriores da Guiana, Robert Persaud. “Benin também é francófono, o que é outro aspecto importante”, disse à AFP.

A Guiana – que está reunindo desde domingo os chefes de governo do bloco caribenho, que também preside – ofereceu apoio financeiro à operação de um valor que Persaud preferiu não divulgar.

O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, instou na quinta-feira, durante visita ao Brasil, a acelerar a criação dessa força policial.

Com pelo menos 806 pessoas assassinadas, feridas ou sequestradas em janeiro e cerca de 300 membros de gangues mortos ou feridos, o início de 2024 foi particularmente violento no Haiti, conforme denunciou no começo de fevereiro o Alto Comissariado de Direitos Humanos das Nações Unidas.

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