A Bemisa Água Azul Mineração, controlada pela Bemisa, braço mineral do Opportunity, anunciou uma ampliação significativa das reservas de ouro no projeto Água Azul, localizado no município de Água Azul do Norte, no Pará. O Relatório de Recursos independente mais recente, elaborado conforme a norma NI 43-101, confirmou a existência de 1,73 milhões de onças do metal, com teor médio de 1,47 g/t em todo o Complexo Água Azul.
Esse volume de recursos viabiliza a instalação de uma mina de médio porte para produção de ouro. O ouro segue com viés de alta no mercado, mantendo-se acima de US$ 2.600 a onça, com projeções que indicam a possibilidade de atingir US$ 3.000/onça, segundo analistas.
O projeto Água Azul cobre uma área de 6.500 hectares com mineralização aurífera, distribuída em quatro direitos minerários. A região está situada a cerca de 180 km a sudoeste de Parauapebas, próxima ao distrito polimetálico de Carajás. A Bemisa investiu em pesquisas geológicas e metalúrgicas por mais de seis anos para assegurar a viabilidade técnica, econômica e socioambiental do empreendimento.
Água Azul iniciou sua fase de comissionamento em 2023, com uma capacidade de processamento anual de 100.000 toneladas de Run of Mine (ROM). A planta-piloto atualmente em operação tem capacidade para processar 150 mil toneladas de minério por ano. Em dezembro de 2024, a Bemisa realizou, com sucesso, uma audiência pública para obtenção de licença que permitirá expandir a produção para 200 mil toneladas/ano.
A empresa destacou que as estimativas de recursos consideram apenas sondagens realizadas em seis dos doze alvos do projeto, evidenciando um alto potencial geológico ainda não explorado. Até novembro de 2024, o programa de exploração concluiu 64.500 metros de sondagem, distribuídos em 541 furos. A Bemisa prevê a elaboração de um Relatório de Reservas no primeiro trimestre de 2025, após a conclusão completa do trabalho de pesquisa.
O minério de Água Azul apresenta baixa sulfetação e é praticamente isento de contaminantes ambientais indesejáveis, como arsênio e chumbo. Essa característica possibilita um beneficiamento com baixo consumo de cianeto e alta recuperação metalúrgica, além de garantir uma operação de disposição de rejeitos segura, com baixo risco de drenagem ácida.
A planta alcança uma taxa de recuperação de até 93% e opera com circuitos de britagem, moagem, concentração gravimétrica, CIL (Carbon In Leach), eletrodeposição e fundição. Os rejeitos passam por um processo de Detox para recuperação de cianeto, sendo posteriormente filtrados em uma bateria de filtros-prensa e encaminhados para a área de deposição. A operação adota um sistema de filtragem e empilhamento a seco, dispensando o uso de barragens de rejeitos.