Você já ouviu falar da Dieta MIND? A dieta MIND, ou Mediterranean-DASH Diet Intervention for Neurodegenerative Delay, em inglês, constitui-se de uma grande parte da dieta mediterrânea à base de plantas, que foca em frutas, vegetais, grãos integrais, feijões, sementes, nozes e muito azeite de oliva extra virgem. Carne vermelha e doces são consumidos raramente, porém os peixes, que são embalados com ácidos graxos ômega 3, são muito consumidos. 

Essa dieta também engloba elementos da dieta DASH, conhecida em inglês como Dietary Approaches to Stop Hypertension, que dá ênfase a redução da pressão arterial e do colesterol. Essa dieta limita o sal a 2.300 miligramas por dia, o que equivale a menos de uma colher de chá de sal de cozinha. 

Um estudo publicado na revista New England Journal of Medicine contou com 604 pessoas com mais de 65 anos que apresentavam excesso de peso, e durou três anos. Todos os participantes possuíam algum parente de primeiro grau com Alzheimer e eram cognitivamente normais no começo do estudo

O grupo experimental seguiu a dieta MIND, ao mesmo tempo que cortava 250 calorias por dia, com auxílio de um conselheiro. Suplementos vitamínicos foram proibidos, e esse grupo recebeu por mês, quantidades adequadas de azeite, mirtilos e frutos secos. Já o grupo de controle recebeu a instrução de continuar consumindo sua dieta regular sem vitaminas, mas também a tentar cortar 250 calorias por dia, com um conselheiro auxiliando, e recebia vale-presentes de US$ 30 mensais. 

Um conjunto de testes cognitivos foi realizado quando o estudo foi iniciado e repetido em intervalos definidos, enquanto exames de sangue regulares mediam biomarcadores, tais como o betacaroteno, que indicaram como cada pessoa estava seguindo a dieta MIND

“Esses benefícios foram alcançados pela riqueza dos alimentos que compõem essas duas dietas: o ômega 3, que é uma gordura com ação especial na imunidade, coagulação e nesse caso, desenvolvimento e proteção do sistema nervoso central, e os nutrientes com função antioxidante, como o betacaroteno, compostos fenólicos, zinco e magnésio. Esses nutrientes, quando presentes de maneira regular em nossa dieta, evitam a inflamação crônica, o acúmulo de gordura nos vasos e o estresse oxidativo; todas essas são condições determinantes para a deterioração das células nervosas e o desenvolvimento das doenças crônicas não transmissíveis como diabetes, hipertensão, dislipidemias e doenças neurodegenerativas, como Parkinson, Alzheimer e demência.”, explica Samantha Rhein, nutricionista e colunista da editoria. 

No começo desse estudo, ambos os grupos apresentaram uma qualidade de dieta igual. Passados os 6 meses, os indivíduos que consumiram a dieta MIND  melhoraram sua pontuação de qualidade da dieta em mais de três pontos (que foi mantida por três anos), enquanto o grupo de controle melhorou em apenas um ponto. No fim, os dois grupos ficaram com 5 ou 11 quilos a menos. Além disso, foram constatadas, através de exames de ressonância magnética, menos lesões na massa branca (ponto de comunicação do cérebro) e aumento da mesma e da massa cinzenta (ponto de cognição do cérebro) em ambos os grupos. 

“Em sintonia com a proposta das dietas mencionadas, é altamente recomendado que você em seu dia a dia, controle o consumo de sódio (encontrado no sal de cozinha), e valorize a utilização dos temperos naturais, como salsinha, manjericão, orégano, cebola, alho entre outros, já que são temperos ricos em sabor e conteúdo nutricional, o que resulta em uma alimentação rica em sabor e experiências sensoriais, além de fitocompostos que vão nutrir a sua mente e o seu corpo.”, completa ela.

Já que falamos da dieta DASH, o que acha de ler a matéria de Samantha, “Dieta DASH: alimentos que auxiliam no controle da sua pressão”