Quem navega nas redes sociais já deve ter percebido que, de uns dois anos para cá, houve um boom de blogueiros e influenciadores digitais que começaram a aparecer com cremes coloridos no rosto, máscaras diversas de tecido, peel-off, em creme; enfim, realizando verdadeiros spas em casa. E, logicamente, isso acabou influenciando a rotina e a cabeça de muita gente. Mas será que as máscaras faciais realmente funcionam?

As promessas são inúmeras. Dentre elas estão hidratar a pele, renovar, iluminar, clarear, tratar o envelhecimento, remover cravos e espinhas, diminuir a oleosidade e por aí vai. Ah! E não podemos esquecer do melhor: tudo por um precinho atraente e muita praticidade –e, ainda por cima, “instagramável”.

Apesar de tantas décadas que existem no mercado, só agora é que elas passaram por esse makeover, inclusive de revisitação de ingredientes que fazem parte de sua composição. O efeito imediato ficou mais perceptível e, assim, maiores indicações acabaram aparecendo (se comparadas com seu passado). Entretanto, apesar dessa mudança toda, seu efeito ainda continua sendo superficial e a entrega de seus ativos não consegue ultrapassar as camadas mais superficiais da pele, não entregando um efeito robusto. Então, cuidado com suas expectativas!

E como qualquer cosmético, também podem apresentar efeitos colaterais e reações indesejáveis, como pele pinicando, vermelhidão, ardor, inchaço e sensação de queimação. Por isso, ao sentir algum desses sintomas logo ao aplicar alguma dessas máscaras ou após alguns dias, não hesite em procurar seu dermatologista, além de lavar imediatamente o rosto com água e seu sabonete de costume.

Sabendo que as máscaras podem fazer parte da nossa rotina de skincare sem serem os únicos elementos dela, quais são os tipos oferecidos e quais são as indicações?

Falando em variedade, existem as máscaras de argila, máscaras em creme, em pastas, em gel, em emulsões espessas (que afinam e removemos com cisalhamento, que ao serem esfregados formam agregados roliços para facilitar sua eliminação) e, finalmente as mais populares, as máscaras em tecido. Uma característica importante que a máscara de qualidade deve ter é que, ao ser aplicada, não escorra sobre os olhos. Por fim, uma das características mais esperadas é o aspecto imediato de pele radiante logo após a remoção da máscara.

Sobre as indicações:

  • Hidratação. O objetivo é proporcionar recomposição da barreira hídrica rápida e profunda e recomposição e restauração da pele.
  • Melhora da oleosidade. Essa geralmente possui partículas que promovem absorção e eliminação do sebo.
  • Acne. Por ser uma doença que envolve bactérias, inflamação e alteração do microbioma da pele, o melhor é o tratamento dermatológico com antibióticos e outros medicamentos, mas as máscaras podem trazer certo alívio se utilizadas da forma correta, alternando máscaras anti-oleosidade com máscaras hidratantes.
  • Anti-aging. Trazem ativos como Vitamina C, ácido hialurônico, ômegas, vitaminas e retinol, e podem melhorar a barreira cutânea, além de promover melhora da hidratação, lembrando que o efeito é temporário e deve-se ter regularidade para se obter resultados e associar a outros ativos de renovação celular para maiores resultados.
  • Manchas. Se o tratamento com as máscaras for realizado de forma regular, pode-se notar uma certa uniformização no tom da pele e melhora no aspecto geral dela, tanto pela melhora das manchinhas superficiais quanto pela saúde geral da pele.
  • Rosácea. Por tratar-se de uma doença de causa vascular, algumas máscaras que geram vasoconstrição (fecham o fluxo sanguíneo dentro dos vasos) acabam melhorando temporariamente a vermelhidão e a pele fica com um aspecto mais uniforme.
  • Rugas. O aparecimento de rugas ocorre devido a diversos fatores como exposição solar, degradação de colágeno, alimentação inadequada, perda de gordura facial, envelhecimento cronológico. Portanto, a reversão de um quadro de rugas necessita primeiramente de uma avaliação e depois de um tratamento mais potente.

A frequência do uso das máscaras depende de sua indicação, mas no geral não indicamos mais do que duas vezes na semana.

Para o melhor aproveitamento e absorção dos ativos, siga corretamente as instruções do fabricante e sempre aplique a máscara após lavar o rosto com seu sabonete de costume.

Para as peles mais sensíveis: não faça esfoliação toda vez que for fazer o uso das máscaras! Lembrando que a esfoliação facial não é recomendada para todo mundo e que pode piorar doenças de pele como melasma, rosácea e até mesmo alguns casos de acne. 

E você, já tem uma máscara queridinha para chamar de sua? 

*O conteúdo dessa matéria tem caráter informativo e não substitui a avaliação de Profissionais da Saúde.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.