O nosso fígado é um órgão em que a maior parte das reações metabólicas acontece, inclusive aquelas responsáveis por limpar nosso corpo e evitar que substâncias nocivas se acumulem. Durante a nossa vida, vamos acumulando substâncias ou compostos orgânicos decorrentes de nossa exposição diária a poluição, agrotóxicos, pesticidas, metais pesados, ou mesmo pelas inúmeras reações metabólicas ou até mesmo pela redução na atividade de determinadas enzimas, decorrente do processo de envelhecimento, por exemplo. 

Para todos esses processos, temos um grande “detoxificador”, que é o fígado! 

O fígado é essencial para o nosso organismo, já que grande parte dos nutrientes consumidos passam por ele para serem ativados, modificados ou até reciclados. 

Para que você tenha uma ideia da importância desse órgão, os diversos tipos de açúcares, incluindo os carboidratos que comemos, passam por ele para serem transformados  em energia, enquanto os demais macronutrientes, como lipídeos e proteínas, também têm a sua rota transitando por este órgão vital. Portanto, quando pensamos em detoxificar o nosso corpo, precisamos inicialmente preservar esse órgão, por isso, precisamos aprender um pouco sobre como fazer isso.

ATENÇÃO COM A AUTOMEDICAÇÃO:  Os ativos presentes em remédios, em sua grande parte, passam pelo fígado para serem ativados ou mesmo desempenharem a sua função ou ainda para serem reciclados, portanto, se você toma remédios sem prescrição médica e de forma desnecessária, vai sobrecarregar o seu fígado. O mesmo raciocínio serve para suplementos alimentares. Utilize-os apenas quando tiver indicação e de forma monitorada, não esquecendo que na maior parte das vezes, tudo aquilo que precisamos está nos alimentos, basta variar e comer com equilíbrio, nas quantidades adequadas para você;

BEBIDA ALCOÓLICA SEMPRE COM MODERAÇÃO:  Ela será metabolizada no fígado e muitas vezes, interfere de forma negativa em outros nutrientes, sem contar a sobrecarga hepática;

ATENÇÃO AOS ALIMENTOS MUITO GORDUROSOS, principalmente se esses alimentos contém gordura saturada e colesterol, que são as gorduras presentes em alimentos de origem animal ou RICOS EM AÇÚCARES OU REFINADOS, como refrigerantes, sucos industrializados, doces, balas, biscoitos recheados, entre outros. Quando comemos em excesso esses alimentos, existe uma grande tendência dessas gorduras ou dos açúcares que se transformam em gordura se acumularem e surgir uma esteatose hepática, neste caso não alcoólica. Por esse mesmo motivo, CONTROLAR O SEU PESO CORPORAL, evitando sobrepeso e obesidade também é uma ação super importante;

Essas são algumas dicas fáceis e práticas sobre o que você deve evitar. Mas é importante saber também o que fazer, então:

Consuma frutas, verduras e legumes frescos e de época (sazonais), pela riqueza nutricional, principalmente relacionada aos compostos que ajudam o fígado a realizar essa tarefa de autolimpeza;

Adicione gengibre em sua alimentação, já que é um potente anti inflamatório e pode fazer parte de sua alimentação diária em sucos, molhos e carnes. 

Gorduras conhecidas como “boas”, ou seja: azeite, oleaginosas (castanha, nozes, avelã), semente de linhaça;

Utilize cúrcuma pela presença do ativo curcumina e a sua ação antioxidante e regeneradora. Combine com pimenta preta e azeite de oliva para ter um “match” perfeito;

Alimentos ricos em selênio: castanha do Brasil, cogumelos, alfafa, frutos do mar, fígado, rins, cereais e crucíferas (mostarda, repolho, brócolis e couve-flor), isso porque este nutriente faz parte de uma enzima fundamental no combate aos radicais livres, a glutationa peroxidase. Esta enzima trabalha no fígado e é um importante aliado na saúde hepática.

Que tal começar hoje? Estas são algumas dicas que irão te ajudar a “limpar” o seu organismo, ajudando no seu funcionamento de maneira mais efetiva, mas não esqueça de cultivar atitudes alimentares equilibradas e conscientes, pois desta forma, os resultados serão potentes e certeiros.

*O conteúdo dessa matéria tem caráter informativo e não substitui a avaliação de Profissionais da Saúde.

**Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.

Referências Bibliográficas

COLLI, Célia. Biodisponibilidade de nutrientes. Rev. Bras. Cienc. Farm., São Paulo, v. 41, n. 1, p. 120,  Mar.  2005. DeAnn J. Liska. The Detoxification Enzyme Systems. Alternative Medicine Review, Volume 3, Number 3, 1998.Chen, Yemiao, Xiao, Jingfang, Zhang, Xinli, Bian, Xiuwu, MicroRNAs as key mediators of hepatic detoxification.Toxicology http://dx.doi.org/10.1016/j.tox.2016.08.005.