LUXO Residência oficial da Câmara custava R$ 120 mil por mês com Eduardo Cunha (Crédito: Sergio Lima/Folhapress)

Sabe quanto você pagava por mês para Eduardo Cunha morar na residência oficial da Câmara dos Deputados, na península dos ministros, em Brasília? Uma média de R$ 120 mil. Nessa conta não tem aluguel nem condomínio, pois o imóvel é da União. Destacam-se aqui algumas contas pagas por nós em valores mensais, feitos pela média dos 18 meses em que morou na mansão. Água, R$ 790. Luz, R$ 7.300. Telefone, R$ 2.400. TV e internet, R$ 610. Jardinagem, R$ 8.800. Folha de pagamento dos funcionários da casa, R$ 71.500. Suprimentos de fundos: R$ 28.500, que é dinheirinho para pequenas despesas do lar. Nada saía do salário de R$ 33 mil do então deputado. Hoje, com o mandato parlamentar cassado, ele está preso preventivamente no Paraná. Um detento custa por volta de R$ 3 mil mensais.

Novos…
Eduardo Cunha mantinha cozinheiro e garçom à sua disposição 24 horas por dia. A decoração tinha o toque da esposa, Cláudia Cruz. As mesas de jantar, de centro e de canto eram enfeitadas com buquês naturais. E mais de 30 porta-retratos com fotos da família ocupavam os aparadores da sala de estar, com saída envidraçada para a piscina.

… tempos
Em dez meses, o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia, custou em média R$ 63 mil por mês para habitar a residência oficial. Embora nos gastos com água, luz, internet e jardinagem tenha despendido valores um pouco mais altos, a diferença em relação a Cunha está na folha de funcionários. Com Maia custa R$ 21.420, ou 70% menos que o antecessor.

Rápidas

* Consta ainda como “pendente” a prestação de contas da viagem que o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) fez a Portugal, no período de 16 a 21 de abril, onde participou do Seminário Luso-Brasileiro de Direito. O evento, aliás, viralizou nas redes sociais.

* Não pela programação, mas pelo registro em foto de uma conversa entre o petista e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Gilmar Mendes, um dos anfitriões do evento.

* A fachada do Conic, icônico shopping popular no coração de Brasília, está “pelada” desde que Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil concluíram seus contratos.

* O dono da área, que faturava cerca de R$ 100 mil por mês pela locação do espaço para publicidade, é o ex-senador Gim Argello, preso na Lava Jato no ano passado. Quando comprou o direito de uso da fachada, pagou em torno de R$ 120 mil.

O medo do delator

Senador Osmar Serraglio (Crédito:Divulgação Senado)

O ex-superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná Daniel Gonçalves Filho está com medo de perder a chance de se livrar de suas punições. Ele negocia um acordo de delação premiada em que promete provar a culpa do deputado Osmar Serraglio no esquema. Mas teme que o ministro Dias Toffoli, do STF, anule boa parte da Operação Carne Fraca antes disso.Para o maior suspeito do esquema ficaria apenas a “parte ruim”: sua condenação.

Retrato falado

“Eu tive a primeira e única reunião com o procurador no dia 24, quando declinou do convite (Crédito:Bruno Santos/Folhapress)

O criminalista Pierpaolo Bottini, um dos mais conceituados do Brasil, foi constituído no dia 18 de maio advogado do procurador Ângelo Goulart, preso na Lava Jato. Goulart foi delatado por Joesley Batista, da JBS, acusado de lhe passar informações privilegiadas sobre a operação Greenfield. Mas no dia 25 do mesmo mês, Bottini renunciou à causa. Dias depois, tornou-se advogado da JBS, na defesa da delação premiada.

O caso deu margem a especulações de que ele poderia estar ferindo o código penal por supostamente defender partes contrárias sucessivamente. Procurado pela coluna, por meio de nota Bottini responde que: “Não advogou para o procurador Ângelo Goulart.

O advogado juntou uma procuração no dia 18 de maio para poder conversar com Ângelo na prisão a pedido de sua família. Teve a primeira e única reunião com o procurador no dia 24, quando declinou do convite para atuar no caso ao identificar um conflito com outro cliente. O advogado formalizou isso nos autos no dia seguinte, como manda o código de ética e disciplinar da OAB”.

Resistir…

O foco do Palácio do Planalto não é resistir às pressões políticas até o fim de 2018. A ordem do presidente Michel Temer aos aliados é aguentar firme até setembro desse ano. Mais precisamente dia 17, quando o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deixa a chefia da instituição e um nome chancelado pelo Executivo ocupará seu lugar.

Marcos Corrêa/PR

…até setembro
Governistas apostam que, depois disso, a tormenta da crise política passará. Calculam que Janot descarregará todo seu arsenal contra Temer antes de partir e não guardará elemento surpresa a ser disparado pelo seu sucessor. Sem o chamado “fato novo” vindo da Procuradoria- Geral da República, o presidente acha que consegue chegar a dezembro do ano que vem.

Toma lá dá cá

Alonso Raúl Freyre, chefe de cooperação internacional do ministério público do peru (Crédito:Divulgação)

O sr . diz que não se pode aceitar delação do maior criminoso contra o menor. Deve-se aceitar a colaboração do grande empresário que corrompe diversos políticos?
Qualquer um pode ser colaborador, mas tem que se sujeitar à imputação do órgão acusador.

No Brasil, um grande empresário admitiu corromper políticos e ganhou benefício de ficar no exterior sem tornozeleira eletrônica.
Isso não se pode admitir.

O empresário admitiu a corrupção ativa e ganhou privilégios que outros não tinham.
E por que ele tem mais privilégios?

Não sei. Talvez porque ele entregou o presidente da República.
Nesse assunto, dá-se mais prerrogativas e concessões a quem entregar o chefe máximo da nação. É como se diz: “Eu tenho as evidências do presidente, mas me exima”.

O chefe máximo é o presidente ou o empresário que financia todos os políticos?
O máximo na organização é quem financia os políticos, porque a partir daí se corrompem todos os funcionários.

Bom trabalho

Divulgação

O Ministério da Justiça está fechando um acordo com a Apae para profissionais portadores de deficiência intelectual trabalharem na recuperação do acervo bibliográfico da pasta. Há obras raras e valiosas, como um livro de 1496 do poeta italiano Francesco Petrarca, considerado o pai do formato soneto.