Ainda não foi desta vez que o Rio Open teve um campeão brasileiro. Thomaz Bellucci e Rogério Dutra Silva chegaram perto, mas foram derrotados na final da chave de duplas pelo argentino Maximo Gonzales e pelo chileno Nicolas Jarry por 2 sets a 1, com parciais de 6/7 (7/3), 6/3 e 10/7.

Foi a segunda vez que o maior torneio do Brasil e da América do Sul esteve perto de ter um campeão da casa. Em 2014, Marcelo Melo também bateu na trave, na decisão em que jogou ao lado do espanhol David Marrero e foi derrotado. Na chave de simples, o Brasil nunca teve um representante – o Rio Open está em sua sexta edição.

Sem conseguir passar pelo qualifying em simples, Bellucci e Rogerinho apostaram na chave de duplas, o que até fez os dois jogadores perderem o quali do Brasil Open, que está sendo disputado neste fim de semana, em São Paulo. E não se arrependeram, apesar da derrota na final. Para chegar ao vice-campeonato, venceram rivais mais experientes em duplas, caso dos compatriotas Marcelo Melo e Bruno Soares, superados nas quartas de final.

O triunfo deu confiança a Bellucci e Rogerinho, que cresceram na semifinal e fizeram grande apresentação no primeiro set da decisão deste sábado. A dupla, contudo, perdeu intensidade no segundo set e cedeu o empate. Até recuperaram parte do ritmo no match tie-break. Mas duas duplas faltas seguidas de Bellucci, uma delas no match point, acabaram com as chances dos brasileiros.

A final de simples do Rio Open será disputada neste domingo, às 17 horas (de Brasília). O jovem canadense Felix Auger-Aliassime, de apenas 18 anos, vai enfrentar o sérvio Laslo Djere no saibro da Quadra Guga Kuerten, no Jockey Club Brasileiro. Ambos vão disputar uma final de nível ATP pela primeira vez em suas carreiras.

POLÊMICA – Com o revés na decisão das duplas, tanto Bellucci quanto Rogerinho vão esperar pela organização do Brasil Open para definirem como será a próxima semana. Ao perderem o quali neste fim de semana, vão aguardar um eventual convite do torneio de nível ATP 250, um degrau abaixo do Rio Open (ATP 500).

Somente um deles deve ser beneficiado porque o uruguaio Pablo Cuevas, que havia recebido convite anteriormente, deve dispensá-lo para entrar diretamente na chave por ter alcançado a semifinal no Rio Open. Pelas regras da ATP, um semifinalista pode requerer a entrada direta no torneio da semana seguinte. Assim, sobrará um convite da chave principal que o Brasil Open deve direcionar para Bellucci ou Rogerinho.

O convite dado inicialmente a Cuevas, tricampeão do Brasil Open, gerou certa polêmica com a dupla brasileira. Na sexta-feira, questionados sobre o dilema de investir nas duplas no Rio Open ou de viajar a São Paulo para disputar o quali da competição seguinte, ambos criticaram a organização da competição paulista por ter dado convite a Cuevas e não a um brasileiro.

Neste sábado, o Brasil Open emitiu nota para se defender: “Dutra Silva e Bellucci optaram por jogar a final de duplas no Rio e ficaram fora do qualifying do Brasil Open. Privilegiamos, sim, os jogadores brasileiros, principalmente a nova geração, visto os convites dados a João Menezes (qualifying) e Thiago Wild (chave de simples) e Igor Marcondes/Rafael Matos (chave de duplas). Dos sete convites que temos, seis foram dados a brasileiros: Menezes, Wild, Thiago Monteiro (número 1 do Brasil), João Souza (quali) e Rogério Dutra Silva/Thomaz Bellucci”, disse o diretor do torneio, Roberto Marcher.

“Contestada por Dutra Silva e Bellucci, nossa opção pelo convite ao uruguaio Pablo Cuevas é contundente. Ele tem uma relação histórica com o nosso torneio. É o único tricampeão consecutivo do Brasil Open (2015, 2016 e 2017) e vem tendo um bom início de temporada com uma semifinal em Córdoba, quartas em Buenos Aires e semifinal ou final no Rio de Janeiro (ele ainda joga a semifinal hoje à noite). Lamentamos que nenhum brasileiro tenha conseguido entrar direto na chave.” O torneio diz ainda que já havia dado convite a ambos para jogarem a chave de duplas.