A Bélgica aderiu neste sábado ao boicote diplomático contra os Jogos Olímpicos de Inverno, que será disputado em Pequim, na China, em fevereiro de 2022. Desta forma, o governo belga não enviará representantes do seu governo ao país asiático em protesto contra supostas violações dos direitos humanos por parte do governo chinês.

“O governo federal não tem qualquer intenção de enviar algum representante à Olimpíada de Inverno, em Pequim”, afirmou o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo. A decisão da Bélgica vai na contramão da União Europeia, que decidiu não aderir ao boicote liderado pelos Estados Unidos. Países líderes do grupo europeu, como Alemanha, França e Itália, decidiram não acompanhar os EUA.

Por outro lado, a Bélgica reforça um grupo que já conta com Austrália e Reino Unido, que optaram pelo boicote há dez dias. O “boicote diplomático” não afeta as disputas esportivas nem impede a participação dos atletas belgas, britânicos, americanos ou australianos.

Há meses, ativistas pedem um boicote aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim-2022 por supostos abusos dos direitos humanos cometidos pelo governo chinês em Xinjiang e no Tibete e sua repressão política em Hong Kong.

Pequim foi acusada pelos Estados Unidos e outras nações ocidentais de prender mais de um milhão de uigures de maioria muçulmana em centros de detenção em Xinjiang, onde alguns ex-detentos afirmam que foram torturados, estuprados ou esterilizados à força. A China nega as acusações, dizendo que os campos são centros de reeducação projetados para combater o separatismo e o terrorismo islâmico na região oeste do país.