O Pará atrai os olhares do mundo ao sediar neste ano a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, mas muito antes da COP30, que acontece na capital, Belém, entre os próximos dias 10 e 21, reunindo chefes de nação de várias partes do mundo, o estado já projetava seus artistas, que levam para todo o Brasil a cultura local e a luta pela causa ambiental.
A lista de artistas de projeção nacional que nasceram na capital paraense vai além de nomes conhecidos pela geração que cresceu nos anos de 1970 embaladas pelo vozeirão e presença marcante de Fafá, que geralmente é citada juntamente com a sua cidade natal. Ela segue sendo uma referência de cultura local e nacional, e parece ter pavimentado uma trilha que abriu caminho para outros artistas também ganharem destaque no país.
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Artista da música
Quem não se acabou na pista de dança ao som da lambada de Beto Barbosa que atire a primeira pedra. O belenense tomou conta do Brasil no início dos anos de 1990 com seu molejo e ritmo caliente. Atualmente, o artista tem um tom mais romântico, com regravações de músicas antigas em versões acústicas. Neste ano de 2025, ele lançou um álbum em celebração aos seus 40 anos de carreira.
Gaby Amarantos começou a fazer sucesso no final dos anos 2000, ao fundar a banda Tecno Show, que se tornou um fenômeno local com seu estilo o tecnobrega. O grande salto nacional aconteceu em 2012, quando seu single “Ex Mai Love” virou hit ao se tornar tema de abertura da novela “Cheias de Charme”, exibida no horário das 19h da Globo. De lá para cá, a belemense não saiu mais da mídia e conquistou público através da música e das redes sociais.
Ainda falando sobre década de 1970, a cantora e compositora Jane Duboc, conhecida por sua versatilidade, fez sucesso com hits românticos como “Chama da Paixão” e “Besame”, e explorou gêneros como MPB, jazz e rock progressivo. Além da música, ela também foi uma atleta talentosa, com grande destaque na natação e vôlei. O sucesso já não é o mesmo, mas a artista segue cantando. Em 2025, ela lançou o álbum “Você e Eu” com Nelson Faria e fez shows em homenagem a Ivan Lins, além de projetos em parceria com outros músicos.
Paraenses além de Belém
Não há no Brasil quem nunca tenha pensado em “tomar um tacacá, dançar, curtir, ficar de boa”, porque essa ideia Joelma fez questão de plantar na mente. A cantora paraense, nascida em Almeirim, no interior do estado, é uma ferrenha defensora de sua cultura e conquistou o coração do público do Norte e do Nordeste no início dos anos 2000. Não demorou muito para o país inteiro cair nas suas graças, cantando e dançando ao som de sua Banda Calypso. Em 2016, a artista passou a seguir carreira solo.
Quem conhece a riqueza cultural do Pará entende a importância de Dona Onete, cantora, compositora e poetisa brasileira, nascida em Cachoeira do Arari, na Ilha do Marajó. Conhecida como a “Rainha do Carimbó”, a artista ganhou projeção nacional e internacional ao popularizar o carimbó chamegado, um ritmo com influências indígenas e africanas, que mistura dança e poesia.
Conhecida como a “Rainha do Tecnomelody”, Viviane Batidão, do município de Santa Izabel do Pará, é uma cantora, compositora e dançarina, e se tornou uma das maiores representantes do tecnomelody, gênero musical do Pará. O destaque na carreira vai para seus shows grandiosos, figurinos elaborados e coreografias impactantes que celebram a cultura paraense.
Mistura de ritmos parece ser a fórmula mágica dos artistas paraenses. Essa é a receita encontrada para exaltar as raízes amazônicas, e com Zaynara não foi diferente. A cantora e compositora nascida em Cametá, no Pará, se tornou conhecida por sua música que mescla influências do brega, reggae, cúmbia e pop. A artista ganhou o Prêmio Multishow de Artista Revelação em 2024.
Quem pensa que o município paraense de Almeirim se contentou em despontar para o Brasil somente com Joelma se enganou. Também natural de lá, Wanderley Andrade, cantor e compositor conhecido como o “Rei do Brega”, se tornou estrela do gênero brega pop e calipso. Suas letras abordam temas sociais, como violência urbana, e sua carreira é marcada por sucessos como “Traficante do Amor” e “A Conquista”.
Mas, como nem só de música se faz a arte, Dira Paes, natural do município paraense de Abaetetuba, defende suas raízes e a cultura regional através da dramaturgia. A atriz, conhecida por papéis cômicos e dramáticos no cinema e na televisão, é também uma ativista da causa ambiental e da preservação da Amazônia. Como reconhecimento na carreira, recebeu inúmeros prêmios, incluindo dois troféus Grande Otelo, dois Prêmios APCA, três Prêmios Guarani e dois Prêmios Qualidade Brasil. Também foi premiada em um dos mais importantes festivais de cinema do país, como quatro estatuetas do Festival de Gramado (incluindo o Troféu Oscarito) e cinco troféus pelo Festival de Brasília.