Belarus liberta um dos principais opositores de Lukashenko

Siarhei Tsikhanouski foi preso em 2020 após planejar candidatura vista como ameaça à hegemonia de regime pró-Putin. A libertação dele coincidiu com a visita de um enviado especial dos EUA a Belarus.O oposicionista Siarhei Tsikhanouski e outros 13 críticos do regime de Alexander Lukashenko em Belarus foram libertados após passarem mais de cinco anos na prisão.

Blogueiro e uma das principais lideranças da oposição no país, Tsikhanouski teria sido indultado, segundo a ONG Viasna.

A informação foi divulgada neste sábado (21/06) pela mulher dele, Svetlana Tsikhanouskaya, que publicou um vídeo agradecendo aos Estados Unidos por terem intercedido pelo marido.

Ele havia sido preso pelo regime em maio de 2020, após anunciar a intenção de lançar candidatura à Presidência. A mulher dele acabou assumindo a disputa em seu lugar e ganhou projeção na cena de oposição. Já Lukashenko, que está no poder desde 1994, foi declarado reeleito e reprimiu com truculência protestos em reação às suspeitas de fraude eleitoral.

"Meu marido está livre. É difícil descrever a alegria em meu coração", disse Tsikhanouskaya. Na mesma mensagem, ela reivindicou a soltura de outros 1.150 presos políticos. "Ainda não terminamos", acrescentou.

Visita de diplomata americano a Minsk

O anúncio da libertação de Tsikhanouski coincidiu com uma rara visita de alto nível do enviado especial do governo americano para a Ucrânia, general Keith Kellogg.

Kellogg esteve em Minsk para conversar com Lukashenko, aliado de primeira hora do presidente russo Vladimir Putin, e avançar nas negociações para o fim da guerra na Ucrânia.

Todos os 14 prisioneiros libertados – cinco bielorrussos, três poloneses, dois letões, dois japoneses e um sueco – foram transferidos para a Lituânia. Entre eles está Ihar Karnei, que atuou como jornalista pela Radio Free Europe/Radio Liberty.

ra (AP, Reuters, AFP)