Edson Arantes do Nascimento, Pelé, o maior jogador de futebol de todos os tempos, morreu hoje aos 82 anos. Ele foi o melhor jogador do esporte mais popular do planeta, o futebol. Foi o Atleta do Século, escolhido por jornalistas das maiores publicações do mundo e pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), mesmo não tendo disputado nenhuma Olimpíada. No esporte, Pelé é o maior herói de todos os tempos, em todos os esportes, de todos os países.

O homem que morreu nessa quinta-feira (29) não foi apenas um homem. Foi o maior símbolo da beleza do esporte, que iguala homens e cria mitos. Entre 1956 e 1977, quando encerrou a carreira, marcou 1.283 gols e ganhou três Copas do Mundo – algo que nenhum outro jogador nunca igualou. Em 1958, 1962 e 1970, Pelé transformou o futebol, um esporte como tantos outros, em arte.

A humanidade teve Beethoven e Mozart na música; Da Vinci e Michelangelo na arte. E Pelé no esporte. Ele foi o maior esportista de todos os tempos e em todos os esportes.

Não é possível reproduzir ou mesmo tentar colocar em palavras o que Pelé fez em campo. Seu talento para o futebol foi tão grande que chegou a interromper uma guerra civil para que os combatentes o vissem em campo. Em 1967, durante uma turnê do Santos pela Nigéria, as duas facções da guerra civil aceitaram um cessar-fogo de 48 horas para que todos pudessem ver Pelé em campo em um estádio da capital, Lagos.

Em outro caso curioso, em 1968, o Santos jogava contra a seleção da Colômbia. O Santos vencia por 4 a 2 quando o árbitro expulsou Pelé. A torcida, revoltada, exigiu que o juiz se retratasse. Mas foi o juiz quem acabou “expulso”: ele foi substituído e Pelé continuou em campo. Quando fez seu milésimo gol, o poeta Carlos Drummond de Andrade o definiu de maneira brilhante: “difícil não é fazer mil gols como Pelé, difícil é fazer um gol como Pelé”.