Um embrião feito por fertilização in vitro em 1994 ficou congelado por 31 anos e foi descongelado com sucesso em 2025, dando origem ao bebê Thaddeus, nos Estados Unidos. Na época em que o embrião foi criado, os pais adotivos dele hoje, Lindsey e Tim, tinham apenas 5 e 3 anos.
Lindsey contou que uma amiga de 31 anos, ao saber da história, perguntou brincando: “Quem é mais velho: eu ou o bebê?”.
A mãe biológica, Linda, mora em Portland, Oregon, nos Estados Unidos, a quase 4 mil quilômetros de distância de Lindsey, que vive em Ohio. Após um divórcio, Linda ficou com a guarda dos embriões e decidiu doá-los, mas sob a condição de uma “adoção aberta” para poder conhecer os pais adotivos. Linda explicou: “Queria saber onde estariam, conhecer a família e vê-los crescer”.
+ Gestantes de áreas vulneráveis têm risco maior de perder bebê
O casal Lindsey e Tim já pesquisava a adoção tradicional quando encontrou, por acaso, um site de uma ONG especializada em adoção de embriões. Lindsey relatou que foi a “realização de um sonho”. A “idade” do embrião não preocupou o casal, que afirmou que todo embrião deve ter uma chance de viver.
Durante três décadas, o embrião de Thaddeus ficou preservado em um tanque de nitrogênio líquido, a quase 200 graus abaixo de zero. A embriologista Sarah Coe Atkinson, que preparou o embrião, garantiu que ele estava “novo em folha”: “Os embriões ficam congelados no tempo, não envelhecem nem um dia sequer. O nitrogênio é tão gelado que é coisa de ficção científica”.
O embrião que originou Thaddeus foi descongelado com sucesso usando uma técnica mais antiga, dos anos 1990, que exige aquecimento lento para evitar a formação de cristais de gelo capazes de danificar as células. A especialista Sarah aplicou um banho de água a 35 °C. Após uma semana em cultivo laboratorial, o embrião estava viável para transferência.
A implantação na barriga de aluguel (Lindsey) levou apenas 10 minutos. Duas semanas depois, o teste confirmou a gravidez.Nos Estados Unidos, há atualmente mais de 1,5 milhão de embriões congelados, sem legislação federal que limite sua criação ou tempo de armazenamento, conforme o Dr. John Gordon.
A doadora original, Linda, não se arrepende da decisão. Ela pretende conhecer Thaddeus, que considera parecido com sua filha biológica Amanda. “Minha filha chama o Thaddeus de irmão gêmeo atrasado”, disse Linda. “Sinto que recebi outro milagre.”